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Relembre as principais operações na Cracolândia nos últimos anos

Primeiros registros do crack em São Paulo datam do início de 1990; a cracolândia nasceu como espaço de consumo somente em meados dos anos 2000

Por Juliana Diógenes
Atualização:
Polícia Civil realiza, na manhã deste domingo, 21, uma grande operação na região da Cracolândia, no centro de São Paulo Foto: WERTHER SANTANA/ESTADAO

A Polícia Civil prendeu 38 pessoas em uma grande operação na região da Cracolândia, no centro de São Paulo, na manhã deste domingo, 21. A Justiça expediu cerca de 70 mandados de prisão e 50 de busca e apreensão. 

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As tentativas de por um fim à região conhecida como Cracolândia, no centro da capital paulista, já vêm de longa data. Os primeiros registros do crack em São Paulo datam do início de 1990. A cracolândia, porém, nasceu como espaço de consumo em meados dos anos 2000. 

Entre 2000 e 2017, prefeitos e governadores de São Paulo tentaram acabar com a região do "fluxo", onde os dependentes químicos ficam concentrados e os traficantes vendem drogas. As Polícias Civil e Militar também realizaram diversas ações para combater os traficantes da área.

Nos últimos oito anos, os prefeitos de São Paulo à época, Gilberto Kassab (PSD) e Fernando Haddad (PT), bem como o governador Geraldo Alckmin (PSDB), estiveram envolvidos em operações conjuntas de combate ao tráfico na região. 

Relembre as principais operações realizadas na cracolândia nos últimos anos:

3 de janeiro de 2012A Operação Integrada Centro Legal, uma das maiores da história da cracolândia, durou cerca de três semanas e envolveu órgãos estaduais e municipais. A Polícia Militar abordou cerca de 3 mil durante a ação. Foram capturados 46 condenados, presos em flagrante 148 traficantes. O total de drogas apreendidas chega a 62,5 quilos, sendo 10,8 mil pedras de crack, 15,6 quilos de cocaína e 43,5 quilos de maconha.

23 de janeiro de 2014Policiais do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Polícia Civil, fizeram uma operação sem comunicar a Prefeitura nem a Polícia Militar. Por volta de 16h do dia 23 de janeiro de 2014, cerca de dez viaturas cercaram os dependentes de crack que estavam concentrados na Rua Barão de Piracicaba. Os policiais civis atiraram balas de borracha e jogaram diversas bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo na multidão, que correu a esmo e revidou jogando pedras. À época, o Estado testemunhou a prisão de ao menos cinco pessoas que foram também agredidas pelos policias civis ao serem obrigadas a entrar na viatura.

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29 de abril de 2015 Uma ação da Prefeitura com foco na retirada de barracas, em uma região que ficou conhecida como "favelinha", deixou dois moradores de rua feridos por estilhaços de bala. Usuários de crack montaram barricadas com papelão e a Tropa de Choque lançou bombas degás. Na época, a Secretaria da Segurança Pública disse não ter sido informada da operação. A ação foi planejada pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) com apoio do efetivo local da Polícia Militar

1 de dezembro de 2015Treze pessoas, nove mulheres e quatro homens, foram presas pela Polícia Civil durante uma operação contra o tráfico. Uma das detidas foi Elizabete Soares dos Santos Moura, apontada pelas investigações como umas das principais fornecedoras da droga na região. Oito meses antes, investigadores começaram a atuar infiltrados na cracolância. Eles filmaram traficantes vendendo drogas para viciados e também como ocorre a distribuição do crack pela quadrilha presa. 

5 de agosto de 2016 A polícia fez uma megaoperação para prender líderes do Movimento Sem Teto de São Paulo (MSTS), acusados de agir em parceria com o Primeiro Comando da Capital (PCC) para consolidar o tráfico de drogas na cracolândia. A ação envolveu 600 policiais do Departametno de Narcóticos (Denarc), que se concentraram em dois pontos principais: um hotel na Alameda Dino Bueno e o prédio do antigo Cine Marrocos. A Justiça expediu 27 mandados de prisão e 39 de busca e apreensão. Foram fresas 32 pessoas - cinco em flagrante.

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