Sim.
A criminalização do porte de drogas para uso próprio é ineficaz e, mais grave, causa o inconveniente da estigmatização. Ao visualizar o usuário, poderemos adotar políticas mais eficazes e humanas. Será um grande avanço. Precisamos saber quem usa e qual é a dinâmica da drogadição para poder agir. Hoje, posso comprar uma boa quantidade e ser usuário. Ou posso ser traficante e ter pouca droga no momento do flagrante. Só a quantidade não define essa diferença. A medida é um avanço para o nosso País, e uma tendência mundial. (
Alberto Zacharias Toron, Advogado criminalista e ex-presidente do Conselho Estadual de Entorpecentes
)
Não.
Se você descriminaliza, sem mexer no mercado de distribuição, vai facilitar ainda mais o consumo e fazer aumentar o número de usuários. Ninguém é a favor de criminalizar o consumidor, mas essa medida pode fazer o pequeno traficante também ser descriminalizado. Como é que se vai definir qual é a quantidade para cinco dias? Muita gente defende tirar do sistema penal brasileiro o pequeno traficante, o que pode explicar essa proposta de mudança. Mas, no Brasil, a maioria da rede distribuidora é comandada pelo pequeno traficante. Sou contra. Assim só vamos aumentar o problema. (
Ronaldo Laranjeira, Psiquiatra e coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Unifesp
)