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Vizinhos de Congonhas pedem janela antirruído

MPF vai avaliar proposta de associação de moradores, semelhante à adotada em aeroporto nos EUA; medição de barulho ainda não começou

Por Tiago Dantas JORNAL DA TARDE
Atualização:

A instalação de janelas grossas e abafadores de ruídos em imóveis vizinhos ao Aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo, pode ser uma saída para reduzir o impacto provocado pelos pousos e decolagens dos aviões. A sugestão foi dada pela Associação dos Moradores do Entorno do Aeroporto (Amea) ao grupo de trabalho coordenado pelo Ministério Público Federal (MPF) que busca soluções para a poluição sonora na região.O MPF admite estudar esta e outras propostas que visem a minimizar o desconforto causado pelos aviões (leia ao lado). Duas associações são favoráveis à ideia. Para elas, deve-se só tomar cuidado para que os equipamentos antirruído sejam instalados em imóveis cujos moradores, comprovadamente, tenham a saúde afetada pelo barulho."O aeroporto não vai sair do lugar. Estamos pesquisando soluções que melhorem a situação dos moradores", diz o empresário Edwaldo Sarmento, vice-presidente da Amea. A proposta das barreiras antirruído nas casas foi inspirada em medida adotada no Aeroporto de Scottsdale (Arizona), nos Estados Unidos. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), responsável por Congonhas e outros 86 aeroportos no País, informou que questões tratadas no grupo de trabalho de poluição sonora seriam respondidas pelo MPF."Estamos cautelosos com essa proposta. Se for viável, vamos pleitear", diz o presidente do Movimento de Moradores pela Preservação Urbanística do Campo Belo (Movibelo), Antônio Cunha. Ele afirma que a meta agora é garantir que a medição seja feita da melhor forma possível. A Infraero prometeu medir cinco pontos dentro da curva de ruído, um espaço por onde se propaga o barulho dos aviões, durante 15 dias até o fim do mês. No dia 8, o Movibelo, a Amea e outras cinco associações entregaram um documento ao MPF abrindo mão do direito de escolher três dos pontos de medição. "Fizeram muitas exigências para esses locais. Não podia ter cachorro perto e tinha de permitir acesso por 24 horas a pessoas que nem conhecemos", argumenta a presidente da Associação Brasileira de Parentes e Amigos das Vítimas de Acidentes Aéreos (Abrapavaa), Sandra Assali. Normas. Os moradores sustentam que uma medição eficiente precisaria ser feita ao longo de um ano, já que as ondas sonoras se propagam de forma diferente de acordo com as condições climáticas, e com equipamentos melhores. "Nossas reivindicações estão calçadas em argumentos técnicos e normas internacionais", diz Sarmento. As medições da Infraero não começaram porque os aparelhos, cedidos pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), estão sendo calibrados por um laboratório de acústica. Os resultados devem ser apresentados nos dias 8 e 22 de novembro.REIVINDICAÇÕESHorárioReduzir o funcionamento de Congonhas, adiando a abertura de 6 para 7 horas e antecipando o fechamento de 23 para 22 horasPoluiçãoEvitar a chuva ácida causada por partículas que se soltam dos aviões nos pousos e decolagensBarulhoDiminuir o impacto dos ruídos causados pela movimentação das aeronaves

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