Vítima de ladrões fica em corredor de hospital

Após tomar dois tiros no rosto em tentativa de assalto, jovem enfrenta atendimento precário no São Luiz Gonzaga

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Por William Cardoso
Atualização:

Um estudante de 17 anos baleado na boca na noite de anteontem durante tentativa de assalto na Avenida Luiz Dumont Vilares, no Tucuruvi, zona norte de São Paulo, foi levado para o Hospital São Luiz Gonzaga e, até as 17h de ontem, estava no corredor da unidade de saúde, com o projétil alojado no maxilar. Segundo a família, que denunciou o atendimento precário, ele foi atacado depois de passar o dia procurando emprego.A tentativa de assalto aconteceu por volta das 21h. O adolescente voltava de bicicleta para casa quando foi abordado por cinco jovens. Segundo o rapaz, os assaltantes queriam celular. Como ele não tem, ofereceu a bicicleta. Ladrões recusaram a oferta e um deles atirou duas vezes. Uma das balas atingiu a bochecha do adolescente e a outra pegou o rosto de raspão.O rapaz foi encontrado caído, mas consciente, e levado para o Hospital São Luiz Gonzaga, onde recebeu atendimento. Com os quartos lotados, ficou no corredor da unidade. "Está com um tiro no rosto e no corredor com outras pessoas. Ele precisa passar por exames para saber a gravidade do ferimento, mas aqui não tem os equipamentos necessários", disse a recepcionista Mislaine Martins de Souza, de 22 anos, irmã da vítima, por volta das 15h30. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o adolescente recebeu "toda a assistência necessária". "Após ter o quadro clínico estabilizado, foi verificado que necessitava de avaliação de um especialista bucomaxilofacial. Às 16h20, foi encaminhado para o Hospital Vila Nova Penteado (unidade de referência), onde passou por exames e avaliação dos especialistas."Pai do adolescente, o autônomo Osni José de Souza, de 45 anos, disse que o filho concluiu o ensino médio em 2011 e pretendia fazer faculdade de computação. Sem dinheiro para o curso, passou a procurar emprego. Por familiares, é descrito como caseiro e alguém que não tem inimigos, o que, para eles, descarta hipótese de tentativa de execução por rixa. "Ele é um nerd. A gente até brinca com isso", disse a irmã. À noite, o jovem teve alta e foi para casa. A polícia investiga todas as hipóteses.

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