Visita de Harry ao Brasil termina com jogo de polo

Time de príncipe ganhou, mas ele não marcou ponto; dinheiro arrecadado em evento, em almoço beneficente e leilão vão para ONG no Lesoto

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Por VALÉRIA FRANÇA
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Terceiro da linha da sucessão ao trono britânico, o príncipe Harry, de 27 anos, encerrou ontem sua visita ao Brasil com um evento beneficente em Monte Mor, na região de Campinas, interior de São Paulo. A programação começou às 11h no Haras Larissa, que recebeu o jogo de polo do time de Harry, The Sentebale Royal, contra o do empresário Rico Mansur, o St. James. O dia terminou com um leilão filantrópico às 19h.

Harry chegou ao campo de polo em uma charrete puxada por cavalos brancos. A Sentebale Royal Salute Polo Cup já faz parte das comemorações do jubileu de diamante da coroação da rainha Elizabeth II, avó de Harry.

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O evento terá renda revertida para instituições brasileiras e para a Sentebale, ONG que cuida de crianças órfãs e carentes de Lesoto, ex-colônia africana do Reino Unido e hoje um dos países com maior incidência de HIV. A Sentebale foi criada pelos príncipes Harry (Reino Unido) e Seeiso (Lesoto) em 2006. Na língua sesotho, o nome quer dizer "não esqueça" - uma homenagem aos trabalhos filantrópicos das mães dos dois príncipes, Diana (1961-1997) e 'Mamohato Bereng Seeiso (1941-2003).

Harry se juntou aos convidados só na hora do almoço, quando fez o primeiro e único discurso oficial do dia. "Boa tarde. Obrigada", disse em português. E explicou, em inglês, que estas eram as únicas palavras que sabia no idioma. Harry disse que pretende expandir a experiência de Lesoto e a visita à comunidade carente do Rio foi inspiradora.

Cerca de 400 pessoas participaram do evento, com ingressos de R$ 1 mil. A assessoria do evento não divulgou a renda arrecadada. No cardápio havia picadinho, pastel, couve e ravióli. De sobremesa, foi servido brownie de chocolate com sorvete de creme.

Os jogadores também contribuíram. Cada um que entrou em campo - foram sete, sem contar o príncipe, que usou a camisa 1 - deu cerca de R$ 50 mil.

Somado a isso, ainda há o montante do leilão, realizado para 80 convidados, de algumas peças doadas. Uma camiseta assinada por Neymar saiu por R$ 7 mil; uma garrafa de uísque Royal Salute, de 62 anos, por R$ 20 mil; o humorista Tom Cavalcante comprou um vestido de Hebe Camargo por R$ 3 mil; e Luciana Gimenez levou uma camiseta do São Paulo por R$ 2,5 mil.

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Formalidade.

"Harry é muito simpático. Mas ele está aqui, digamos, a trabalho", disse Mansur. "Ele mantém uma certa distância e formalidade." Em 2010, Mansur ganhou de Harry em um jogo em Nova York. Ontem, foi o príncipe que ergueu a taça. O Sentebale venceu St. James por 6 a 3, mas Harry não marcou gol.

Segundo os outros jogadores, Harry joga direitinho. "Só que não pratica muito", explicou o jogador brasileiro Calão Mello, do Sentebale. "Harry gosta de polo. Ele tem raça. Antes de começarmos o jogo, ele disse 'vamos entrar para ganhar'", contou Mello. "Jogamos sério, é claro, mas foi uma partida entre amigos", explicou Mansur.

Troféu.

Quem entregou a taça foi a modelo Fernanda Motta, que cumprimentou todos os jogadores com beijo no rosto. O príncipe gostou da quebra de protocolo e fez sinal de positivo para o público. "Perguntei antes para os assessores se podia beijá-lo", explicou Fernanda. "Eles disseram que podia. E como não é todo dia que se beija um príncipe..."

Ele já estava hospedado no haras, na casa do economista Álvaro Coelho da Fonseca, um dos sócios investidores do Larissa. "Ele chegou no sábado à noite, exausto. Dispensou até o jantar. Preferiu comer sanduíches e salgadinhos", disse Fonseca, que queria ter feito um jantar típico da fazenda. Harry e seu estafe ocuparam quatro quartos. "Mas ele não fez questão de nada em especial. Foi logo dormir." Harry volta amanhã para Londres. / COLABOROU TATIANA FÁVARO

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