Virada inclusiva tem mais de 50 atrações na capital

Evento para pessoas com deficiência começa nesta sexta e inclui esportes, artes e shows

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Por Paulo Saldaña
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SÃO PAULO - João Lucas, de 7 anos, não sabe ao certo o que vai fazer nesta sexta-feira, 3, e no final de semana, mas tem uma certeza: "Vou suar bastante, vai ser bem legal", diz ele, que é cadeirante desde que nasceu. Futebol - a sua paixão -, basquete e uma corrida maluca são algumas das surpresas que o esperam na primeira Virada Inclusiva, iniciativa da Prefeitura e do governo do Estado.

 

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A série de eventos de esporte, lazer e cultura começa na sexta, no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. São mais de 50 atividades para pessoas com deficiência, mas para fazer jus ao nome o convite se estende a todos. "Na corrida maluca vale patins, bicicleta, cadeira de rodas e até mães com carrinhos de bebês", diz Adriana Dutra, da ONG Atitude Paradesportiva, que organiza a corrida hoje e amanhã no Parque Villa-Lobos.

 

Algumas atividades são apenas para assistir, como a capoeira da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), no Memorial da América Latina, às 13 horas. Entre os capoeiristas está Felipe Alves Amorim, de 9 anos, que por uma má formação congênita não tem parte dos braços e das pernas. "Estou empolgado. Vai ser uma boa oportunidade para mostrar o que conseguimos fazer e que, com certeza, vamos fazer mais velhos", diz.

 

Além de esportes, a programação inclui oficinas de arte, debates e shows musicais. Amanhã, as principais atrações são Luiz Melodia, Baby do Brasil e a banda NX Zero - a partir das 12h30 no Vale do Anhangabaú. Alexandre Salgado Pereira, de 18 anos, está eufórico com o show. "Sempre curti rock, mas também gosto de arte e computador", diz ele, que tem síndrome de Down e é atendido pela Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São Paulo.

 

A Virada prossegue na quinta-feira, no Centro Cultural São Paulo. Às 10 horas, jovens portadores de deficiência mental apresentam reivindicações e fazem perguntas ao secretário municipal da Pessoa com Deficiência, Marcos Belizário. "A maior dificuldade é recuperar o tempo perdido, temos muito a fazer na acessibilidade e emprego" diz.

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