Virada Cultural será deslocada para Interlagos, anuncia Doria

Eventos que antes ocorriam durante 24 horas em diversos pontos da região central da cidade deverão ser realizados apenas no autódromo

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Por Fabio Leite
Atualização:
Virada Cultural atualmente ocorre em vários pontos do centro de SP Foto: MARCIO FERNANDES/ESTADÃO

SÃO PAULO - Pela primeira vez em 12 anos de existência, a Virada Cultural de São Paulo deixará as ruas do centro da capital. O prefeito eleito João Doria (PSDB) anunciou nesta segunda-feira, 5, que a partir do ano que vem o principal evento gratuito com atrações artísticas e musicais na cidade será realizado dentro do Autódromo de Interlagos, na zona sul paulistana. 

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"A Virada Cultural vai sofrer algumas modificações. Ela vai ocorrer dentro de Interlagos, garantindo segurança, comodidade e com transporte público até o local", disse Doria durante um evento na sede da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio) no qual estavam presentes presidentes de sindicatos patronais e alguns dos futuros secretários municipais, entre elas André Sturm, diretor do Museu da Imagem e do Som (MIS) que assumirá a pasta de Cultura.

Segundo o tucano, que prometeu privatizar o autódromo, o evento continuará sendo gratuito, mesmo após a venda do local, prevista para 2018. "A Virada continuará sendo absolutamente gratuita mesmo com o autódromo privatizado", disse.

A Virada Cultural foi criada em 2005 na gestão do também tucano José Serra, hoje ministro das Relações Exteriores, com o intuito de promover a ocupação e convívio social no centro de São Paulo, marcado por áreas degradadas e abandonadas. "Convívio pode ter naturalmente todos os dias, não precisa esperar a Virada Cultural", justificou Doria.

Neste ano, pela primeira vez, o evento que ocorre durante todo um final de semana no mês de maio, inclusive de madrugada, ofereceu atrações nas 31 regiões das subprefeituras da capital. Segundo Doria, a Virada na sua gestão também será descentralizada com a realização do programa Ruas Musicais, que pretende levar atrações de 12 horas a diversos bairros paulistanos ao longo do ano. 

Jockey. O prefeito eleito disse ainda que já conversou com os proprietários do Jockey Club de São Paulo para que uma parte do local vire um parque público e receba o futuro Museu da Biodiversidade, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP). "Estamos vocacionado o Jockey para que vire uma referência de lazer e cultura, preservando as instalações que são tombadas", disse.

Críticas. Em pouco mais de meia hora de fala, Doria fez críticas a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) dizendo que "a cidade é um lixo" por falta de limpeza e aos bailes funk nas ruas, o chamado pancadão que, segundo ele, "é uma atividade criminosa administrada pelo PCC". 

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Doria destacou o programa Cidade Linda e disse que a primeira "ação de ataque" na sua gestão será no dia 2 de janeiro com um mutirão com 2.100 voluntários na Avenida 9 de Julho, da Praça 14 Bis, em frente a sede da Fecomercio, no centro, até a marginal do Rio Pinheiros.

"A cidade é um lixo vivo, parece um filme escabroso. Hoje a cidade tem 16 mil moradores de rua, no inicio dessa gestão eram 6 mil. Antes tinha uma Cracolândia na cidade com 400 usuários e hoje são três mil em espalhados por seis cracolândias", afirmou Doria.

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