Vila Madalena tem festa mais organizada

Prefeitura dobrou número de banheiros químicos e comércio ilegal foi combatido, mas lotação e uso de drogas continuaram

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Por Bruno Ribeiro
Atualização:

SÃO PAULO - Prefeitura e Polícia Militar tentaram organizar neste sábado, 28, o “Carnacopa” da Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo. Além de mais banheiros químicos, havia policiais uniformizados e seguranças terceirizados no meio da multidão. Faixas em inglês e português informavam a localização de lixeiras e avisavam que, depois das 2 horas, as ruas seriam lavadas. Segundo a PM, 45 mil pessoas foram às ruas do bairro ontem. 

Quem estava na festa, deixou o jogo em segundo plano para aproveitar a paquera na tarde de calor. “Está tranquilo, seguro, mas nos outros jogos também estava. Agora, pelo menos, está cheio de banheiro químico, mas eles continuam longe”, disse a comerciária Letícia Fagundes, de 24 anos. Além de dobrar a quantidade de banheiros químicos, chegando a 160, a Prefeitura instalou grades e manteve seguranças nos acessos às vielas do bairro, como as Ruas Hermes Fontes, Ministro Costa e Silva e Felipe de Alcaçova, que eram os principais “banheiros” do público. 

Torcedores e turistas na Vila Madalena Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

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A repressão ao comércio ambulante também foi mais percebida – houve um princípio de tumulto quando ambulantes correram no meio da multidão, fugindo da fiscalização. “Tem de ficar em cima, mesmo, mas aqui não dá, né amigo? Tá muito cheio, e o pessoal quer beber mesmo”, avaliou o representante de vendas Gustavo Mascchio, de 33 anos.

O consumo de drogas, no entanto, continuou livremente nas ruas do bairro – o tráfico de maconha e cocaína era feito aos gritos nas imediações das Ruas Fradique Coutinho e Wisard. A informou, por meio de nota, que, além do efetivo normalmente empregado, o bairro "recebeu a atuação de policiais a pé e do serviço de inteligência à paisana". Ainda de acordo com polícia, "mais de 170 PMs do Comando de Policiamento da Copa reforçaram a segurança" no local. Nesta semana, a polícia prendeu no bairro quatro pessoas por tráfico de drogas e recuperou nove celulares.

Mais calmo. Fora dali e longe do radar dos turistas, a Vila Olímpia e o Itaim-Bibi, na zona sul da capital, viraram opções mais tranquilas. E, diferentemente do que ocorre normalmente, mais em conta. Homens pagavam em torno de R$ 100 (consumíveis) e mulheres, R$ 80, para entrar na maioria dos bares – na Vila Madalena, há lugares cobrando R$ 200. "Se eu disser quantas pessoas tenho aqui você me complica", disse um dos responsáveis por um bar lotado perto da Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, no Itaim-Bibi. Em alguns bares, foi preciso fazer reserva para garantir lugar.

Centro. Moradores e visitantes do centro puderam contar com telões instalados pela Prefeitura – há outros em praças na periferia. No Bexiga, a área ao redor da quadra da escola de Samba Vai-Vai ficou lotada, e até alguns estrangeiros deram as caras por lá. 

“Hoje a partida está muito angustiante, a gente se fantasia toda para passar esse nervoso. Mas é melhor estar com uma multidão do que estar em casa ou em um bar. Por isso viemos aqui”, disse a costureira Nice de Souza, de 43 anos, que estava na Vai-Vai com as duas filhas e o marido. Depois da vitória apertada, o discurso mudou. “É por isso que é legal estar na rua, vai Brasil!”, gritou.

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