Vídeo mostra agressão gratuita na Av. Paulista

Imagens de câmera desmentem o depoimento dos cinco jovens acusados de espancamento; grupo corre quando segurança sai do prédio

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Por Tiago Dantas
Atualização:

Imagens da câmera de segurança de um prédio desmentem o depoimento dos cinco jovens de classe média acusados de espancar três pessoas na Avenida Paulista, região central, na madrugada de domingo. O vídeo mostra um dos agressores atacando um homem com dois bastões de lâmpada fluorescente aparentemente sem ter sido provocado. Na delegacia, os acusados disseram que haviam sido paquerados pelas vítimas.Um policial civil que interrogou os agressores no domingo apontou um jovem de 16 anos como o autor do ataque que aparece nas imagens, exibidas ontem à noite pelo telejornal SBT Brasil, do SBT. Esse mesmo adolescente esteve no 5.° Distrito Policial (Aclimação) em 6 de setembro porque danificou o carro da mãe com chutes, após uma briga, conforme os policiais. A vítima, nas imagens, é o estudante L., de 23 anos. Pouco depois das 6 horas, L. voltava de uma casa noturna com dois amigos e caminhava pela Avenida Paulista na direção da Alameda Joaquim Eugênio de Lima. Próximo da saída do Metrô Brigadeiro, o trio se deparou com o quinteto, que vinha no sentido contrário da calçada. Não houve discussão. Os jovens sequer ficaram frente a frente. O agressor bate com o bastão de lâmpada fluorescente na cabeça de L., que não tem tempo de reagir antes de tomar uma segunda pancada, com outra lâmpada.Na sequência, L. ataca o agressor com um chute, enquanto seus amigos se escondem. Os grupos saem do campo de visão da câmera. O depoimento de um segurança do mesmo prédio, porém, completa as imagens, segundo os policiais que atuam no caso. O vigia diz que a cabeça de L. foi batida contra um canteiro de cimento e, enquanto estava no chão, a vítima ainda foi chutada pelos cinco adolescentes. O grupo correu quando o segurança saiu do prédio e acabou sendo preso - o que também é comprovado pelas imagens.O depoimento que os jovens deram na delegacia, no entanto, indicava outra história. Os jovens disseram que ficaram das 23 horas de sábado até as 6 horas de domingo em uma casa noturna na Avenida Ibirapuera, zona sul da capital paulista. Depois de sair do local, o grupo pegou um ônibus na Avenida 9 de Julho e desceu na Paulista, onde pretendia comer. No percurso, dizem os jovens, eles foram chamados de "gracinhas" por três rapazes - o que teria motivado o confronto. O acusado afirmou ainda, aos policiais civis, que foi empurrado e caiu na calçada ao lado de um bastão de lâmpada fluorescente. Ele teria só atirado o bastão no chão para assustar o trio. Mas não é isso que as imagens mostram.

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