Vice-governador desautoriza técnico da Sabesp que previu rodízio

Márcio França classificou como técnica a opinião de Paulo Massato, que anunciou possível racionamento de 5 dias sem água e 2 com

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Por Pedro Venceslau e Ana Fernandes
Atualização:

SÃO PAULO - O vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), desautorizou o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato,ao falar da possibilidade de um rodízio de água com cinco dias de fornecimento para dois sem. "Ele como técnico tem obrigação de falar 'olha, eu acho, minha opinião é esta', e foi o que ele falou. Agora se haverá ou não (racionamento) é uma decisão que cabe ao governador, ao secretário do Estado (de Recursos Hídricos)", disse França a jornalistas ao sair de um evento promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na capital paulista.

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O vice-governador atribuiu a fala de Massato à habilidade dos jornalistas na hora de fazer entrevista e disse que tal mensagem não foi passada pelo próprio governador porque Alckmin não concorda com a antecipação do anúncio de rodízio. "O Alckmin não concorda com esse formato antecipado. É como dizer pra uma criança que ela vai morrer. Todo mundo sabe que todo mundo vai morrer, mas você não vai falar isso antecipadamente.Não tem sentido falar sem ter a data."

Pessoalmente, França disse não achar que o racionamento seja "inevitável".  "Vi, por exemplo, que, nessa semana, em dois dias de muita chuva, uma das represas subiu 5 pontos. Não sou especialista, mas parece ser uma coisa imponderável", argumentou, em referência ao sistema Guarapiranga, que chegou ontem a 47,4% de sua capacidade.

No Brasil, região Sudeste, onde fica o Sistema Cantareira, enfrenta seca histórica Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Sobre a possibilidade de haver racionamento em abril, colocada em reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o vice-governador afirmou que é uma hipótese para caso as chuvas não ajudem até lá.

França disse não ter tido tempo de falar com o governador sobre a reunião que ele tem amanhã com a presidente Dilma Rousseff (PT) sobre crise hídrica, por motivo de falecimento na família de Alckmin. O governador está em Pindamonhangaba para acompanhar o velório de "Nhá", a ex-babá Maria Aparecida que foi sua mãe de criação e que morreu ontem. O vice-governador disse, no entanto, que a pauta do encontro com a presidente deve girar em torno de pedidos de ajuda financeira e integração dos governos federal e estadual no enfrentamento da crise.

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