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Viaduto que cedeu na Marginal do Pinheiros é reaberto após 4 meses

Prefeito Bruno Covas acompanhou neste sábado últimos testes de carga na estrutura; velocidade máxima permitida será de 70 km/h

Por Juliana Diógenes
Atualização:
Marginal do Pinheiros: O descolamento entre as partes da estrutura provocou um desnível e formou uma espécie de 'degrau' de quase dois metros no viaduto Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Após quatro meses, o viaduto que cedeu dois metros na Marginal do Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, foi reaberto para carros e caminhões no início da tarde deste sábado, 16, dois dias antes do informado pela Prefeitura de São Paulo. A estrutura estava interditada desde 15 de novembro. 

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O anúncio da liberação da pista expressa que dá acesso ao viaduto foi feito pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), que acompanhou os últimos testes de carga, realizados na manhã deste sábado. Inicialmente, o acesso ao viaduto seria liberado somente para veículos leves. Mas a equipe de engenheiros avaliou que poderia reabrir também para carros pesados.

“Os resultados dos testes estão dando de acordo com os modelos matemáticos elaborados, o que nos permite anunciar que não vamos mais liberar na segunda-feira, vamos liberar no dia de hoje, e não apenas para carro, mas também já para caminhão”, disse Covas.

O carro oficial de Covas foi o primeiro a acessar o viaduto, seguido de veículos da Polícia Militar e da Companhia de Engenharia de Trânsito (CET). Após a carreata oficial, os primeiros carros e caminhões a subir comemoraram com buzinas e gritos de “Até que enfim!”.

Na fila que se formou minutos antes da liberação, o motorista de aplicativo Armando da Costa, de 43 anos, estava na primeira posição. “Estou tranquilo, sem medo. Tem que confiar, né?”, afirmou.

Os trabalhos no viaduto ainda não foram totalmente concluídos. A gestão municipal prevê anunciar o vencedor da licitação das obras de requalificação no dia 12 de abril para dar início à próxima fase. Segundo Covas, as obras poderão ser feitas enquanto a via é utilizada. 

Ao todo, a obra custará R$ 26,5 milhões, incluindo as reformas de manutenção que ainda serão feitas. “Menos de 40% do que seria os R$ 70 milhões, caso a gente tivesse que demolir e construir um novo viaduto.” 

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Testes

Dois tipos de testes foram feitos para avaliar a estrutura. No teste estático, 45 caminhões, de 28 toneladas cada, ficaram parados sobre o viaduto. O teste dinâmico foi feito com uma carreta de 60 toneladas que se deslocou em três velocidades constantes. Foram instalados 49 sensores ao longo da pista e nos pilares do viaduto, que, por sinal elétrico, foram colocados para captar movimentação da ponte fora do padrão.

A velocidade máxima permitida na via expressa da Marginal é de 90 km/h, que passará a valer hoje. Ontem, segundo Covas, os radares ainda não estariam funcionando. Com o viaduto liberado, o rodízio, que havia sido suspenso no trecho da Marginal, volta a vigorar a partir de 25 de março para todos os veículos. 

Os trens da Linha 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) começaram a circular em velocidade normal desde o dia 12 de março.

Ministério Público

No último dia 12, o Ministério Público do Estado entrou com ação civil pública na Justiça para que a Prefeitura impedisse ou restringisse a circulação de veículos em pontes e viadutos em situação de “grave risco”. 

Em fevereiro, o Município concluiu a primeira etapa de inspeções em pontes e viadutos da cidade e constatou a necessidade de estudos de engenharia urgentes em 16 de 33 estruturas

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Alça interditada é um dos acessos da capital ao Aeroporto Internacional de Cumbica; alternativa para o terminal é pegar a Ayrton Senna Foto: GABRIELA BILO / ESTADAO

A ponte que liga a Marginal do Tietê à Rodovia Presidente Dutra continua interditada por risco estrutural. No dia 22 deste mês, a Prefeitura espera ter o cronograma das obras de recuperação da via. “Os testes lá de carga já foram concluídos. Agora, no dia 22, vamos ter claro qual a obra de recuperação que precisa ser feita”, disse Covas.

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