08 de fevereiro de 2014 | 02h04
Empresários do setor de ônibus sugeriram anteontem ao Ministério Público Estadual que promotores procurem "programas jornalísticos" para negociar a não veiculação de "notícias sensacionalistas envolvendo o incêndio de ônibus". Para os empresários, "esse tipo de comportamento jornalístico tem servido de estímulo para atos de vandalismo", diz a ata da reunião.
O encontro faz parte de ações propostas pelo promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social Saad Mazloum, que tem um inquérito aberto para apurar a qualidade do serviço de ônibus. Depois que 35 coletivos foram queimados na cidade neste ano, o promotor decidiu cobrar uma solução para o caso - a Polícia Militar havia se reunido com o MPE na semana passada.
Além de dizer que a cobertura jornalística, especialmente a feita ao vivo pelas TVs, estimula a queima dos coletivos, os empresários do setor também pediram que a PM se manifestasse na imprensa imediatamente após a queima dos ônibus, "esclarecendo a população sobre as medidas a serem adotadas".
Outra solicitação foi que a queima dos ônibus, geralmente tipificada criminalmente como dano, passasse a ser registrada como "formação de quadrilha" e até "tentativa de homicídio", delitos mais graves, que têm penas mais pesadas.
Por outro lado, os empresários se comprometeram a fazer campanhas de comunicação ressaltando que a queima dos ônibus causa prejuízos à população, que fica com menos coletivos disponíveis.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.