Depois de conseguir, na semana passada, aprovar em primeira votação o projeto de lei que amplia o rodízio de veículos em São Paulo, o vereador Ricardo Teixeira (PSDB) decidiu retirar a proposta, que aguardava agendamento para ser analisada pelo plenário da Câmara em segundo turno. Teixeira protocolou o pedido de retirada na Secretaria da Casa nesta quarta-feira. Agora, o tucano pretende debater o projeto em todas as 31 subprefeituras e elaborar um novo texto, com sugestões dos motoristas. "Pela reação negativa que eu senti sobre a aprovação do projeto e a discussão que ele causou, percebi que poderia ser melhorado. As pessoas querem ser ouvidas", afirmou Teixeira. A proposta original dividia os horários de rodízio em duas partes. Na primeira - entre 7 horas e 8h30 -, ficariam impedidos de circular os veículos com placas ímpares. Das 8h31 às 10 horas, a proibição valeria para placas pares. A mesma divisão funcionaria no horário do rush à noite. Esse sistema seria válido para anos ímpares, como 2007. Num ano par, o esquema se inverteria. O texto, aprovado em primeira votação, também ampliava a área de circulação do centro expandido para todo o território da capital. Teixeira também tenta entendimento com o vereador Adilson Amadeu (PTB), que teve um projeto de extinção do rodízio também aprovado pela Câmara em primeiro turno. "Seria muito importante que ele também retirasse a proposta dele, para que possamos construir um novo projeto juntos", disse o tucano. Amadeu não aceita, porém, retirar da pauta seu projeto. A única alternativa para que isso possa acontecer é a Prefeitura iniciar ampla fiscalização dos carros em circulação e proibir que veículos com o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o seguro obrigatório (DPVAT) atrasados saiam às ruas. Nas contas de Amadeu, cerca de 2,3 milhões de carros estão em débito com essas taxas.