Vai-Vai e Mocidade se enfrentam em SP

Escolas apostam em enredos sobre a França e orixá para conquistar título; Peruche, Império, Tucuruvi, Dragões e X-9 completam a noite

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Por Paula Felix
Atualização:
Centenário. O carnavalesco Sidnei diz que a Mocidade Alegre vai celebrar os 100 anos do samba com fantasia e mitologia Foto: MARCIO FERNANDES/ESTADAO

SÃO PAULO - De um lado, a escola campeã do carnaval de 2015. Do outro, a vencedora de três edições seguidas da festa no Sambódromo do Anhembi. Nesta segunda noite de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo, as líderes em títulos Vai-Vai e Mocidade Alegre vão travar uma batalha para tentar conquistar mais um troféu.

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Após fazer uma homenagem à cantora Elis Regina, que lhe rendeu o 15.º título no ano passado, a Vai-Vai levará o charme e a beleza da França para a avenida. A viagem começará na Cidade Luz com a apresentação de seu principal símbolo: a Torre Eiffel. Moda, gastronomia e a aviação estarão entre as influências do país que serão apresentadas no desfile.

“No aspecto visual, estamos muito melhores do que no ano passado. O enredo exige mais isso. O ano passado foi de muita emoção. Esse ano vai ser mais transpiração”, diz Thobias da Vai-Vai, vice-presidente e presidente de honra da agremiação.

Champanhe, pão, perfume e o famoso cabaré Moulin Rouge serão representados pelos integrantes da escola nas alas. A obra O Pequeno Príncipe, do escritor Antoine de Saint-Exupéry, será apresentada pela ala das crianças da saracura.

“Vai ser um carnaval luxuoso. A confecção das fantasias foi de alto nível e as pessoas podem ficar atentas às alas coreografadas e às cores da fantasia da bateria. O público vai viajar para a França com a Vai-Vai.” O encerramento promete uma homenagem às vítimas dos ataques terroristas que ocorreram em Paris em novembro de 2015.

Já a Mocidade Alegre, dona de dez títulos, vai contar a lenda de Ayo, o orixá do som e da música, para celebrar os cem anos do samba. A aposta da agremiação é para a abertura do desfile feita pela comissão de frente, composta por 15 integrantes, que vai mostrar Xangô libertando Ayo com um oxé, tipo de machado de duas lâminas.

O carnavalesco Sidnei França promete um desfile intenso. “Os carros alegóricos estão bastante fiéis à proposta do tema, bem coloridos. É um enredo que deu possibilidade para muita coisa bacana, já que fala da história do samba através de uma energia ancestral, um orixá africano chamado Ayo. Pela carga lúdica, fantasiosa e mitológica do enredo, a escola consegui desenvolver um carnaval bastante vigoroso.”

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Ele diz ainda que as alegorias e fantasias vão apresentar o tema de forma clara, permitindo a interação com a arquibancada. “Eu zelo bastante para que a estética da escola tenha uma leitura fácil para que as pessoas possam se envolver. O público entende e acaba entrando na viagem da escola”, afirma.

Disputa. Mas a disputa pelo título não tem só favoritas. A noite começa com a Unidos do Peruche, que volta ao Grupo Especial após ser a campeã do Grupo de Acesso em 2015. O centenário do samba será o foco do desfile, e a comissão de frente foi inspirada por uma canção de Noel Rosa.

O desconhecido foi terreno fértil para a construção do enredo da Império de Casa Verde, que vai explorar os grandes mistérios da humanidade. A existência da cidade de Atlântida, de vida em outros planetas, as técnicas de construção das pirâmides do Egito e a morte estão entre os questionamentos que serão feitos na avenida.

A Acadêmicos do Tucuruvi vai cantar a fé desde os rituais indígenas até as principais comemorações religiosas do País, como as celebrações para o Padre Cícero, Nossa Senhora Aparecida e os santos das festas juninas. O Natal encerra o desfile. 

Desde 2012 na elite do samba, a Dragões da Real quer surpreender o público do Anhembi com um enredo sobre o ato de presentear. Lembrancinhas de viagem, oferendas e presentes que inúteis vão fazer parte do desfile. A X-9 Paulistana encerra o desfile levando o açaí para a avenida. Além falar sobre o fruto, vai mostrar os lugares mais importantes do Pará.