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Usuários de drogas protestam contra demissões em unidade municipal em SP

Dependentes químicos reclamam de problemas em serviços do Complexo Prates, na região central da capital

Foto do author Fabiana Cambricoli
Por Fabiana Cambricoli
Atualização:

Usuários de drogas em tratamento no Complexo Prates, unidade da Prefeitura localizada na região central de São Paulo, fizeram um ato na tarde desta terça-feira, 15, contra a demissão de duas funcionárias do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) que funciona dentro da unidade.

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Segundo os manifestantes, uma psicóloga e uma enfermeira foram demitidas porque estavam ajudando os dependentes químicos a se articularem para cobrar a melhoria do serviço do complexo, que conta com albergue, centro de convivência, além do Caps.

“O local que dormimos é sujo, temos que comer ao lado de pombos, a Guarda Civil Metropolitana às vezes nos trata com truculência. As funcionárias do Caps estavam nos ensinando a cobrar nossos direitos de forma civilizada, com abaixo-assinado, assembleias. Foi por isso que elas foram demitidas”, diz Lucas Marcelo Cardoso, de 32 anos, usuário de crack que frequenta o complexo há seis meses.

As demissões aconteceram há pouco menos de três semanas. Desde então, a maioria dos cerca de 400 usuários que fazem tratamento no local deixaram de participar das atividades terapêuticas como forma de protesto.

Ontem, eles cobravam que a organização social Irmãs Hospitaleiras, que administra o Caps em parceria com a Prefeitura, fosse tirada da administração da unidade e que as funcionárias fossem readmitidas.

Em nota, a Prefeitura informou que as relações trabalhistas dos funcionários com a entidade não são de responsabilidade da Secretaria Municipal da Saúde, “que acompanha o caso para evitar desassistência aos usuários e monitora o andamento do plano de trabalho desenvolvido”.

Sobre os problemas relatados pelos usuários, a Prefeitura afirmou que a secretária municipal de Assistência Social, Luciana Temer, já se encontrou com os dependentes, “tomou ciência da situação e das demandas e se comprometeu a atuar junto à entidade que administra os serviços de assistência”. 

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A Prefeitura informou também que o centro de acolhida do complexo é higienizado três vezes ao dia e que os funcionários do local “tomam as medidas possíveis para evitar a presença das aves que sobrevoam a região por conta da cooperativa que funciona nas proximidades”.

Sobre suposta ação imprópria da GCM, a corporação afirmou que “qualquer ato de violência contraria completamente as diretrizes e orientações de atuação da Guarda” e deve ser denunciado à Corregedoria Geral ou à Ouvidoria do órgão.

A reportagem não conseguiu contato com representantes da organização social Irmãs Hospitaleiras.

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