Usuários de drogas lotam contêineres no centro de SP
Alojamento recém-inaugurado na região da Luz foi totalmente ocupado por volta das 16 horas
Por Fabio Leite
Atualização:
SÃO PAULO - Um dia após a segunda operação policial feita na Cracolândia para destruir o acampamento montado por traficantes e usuários de drogas na Praça Princesa Isabel, no centro de São Paulo, o alojamento em contêineres recém-inaugurado pela gestão do prefeito João Doria (PSDB) para atender dependentes químicos na região da Luz ficou lotado.
Por volta das 19 horas desta segunda-feira, 12, a reportagem flagrou cinco pessoas pedindo que seguranças e assistentes sociais abrissem os portões para que pudessem comer, tomar banho e dormir. “Não tem mais vaga”, repetiam os funcionários da unidade, que tem 100 camas e capacidade para atender até 150 pessoas durante o dia.
Um dia após operação, nova Cracolândia amanhece com dependentes químicos
1 / 13Um dia após operação, nova Cracolândia amanhece com dependentes químicos
Após limpeza, usuários de droga voltaram ao local
A Prefeitura e o governo de São Paulorealizaram neste domingo, 11, uma nova ação para a retirada de dependentes químicos e limpeza, desta vez na Praça... Foto: Felipe Rau/EstadãoMais
Após limpeza, usuários de droga voltaram ao local
O coordenador do programa Redenção, o psiquiatra Arthur Guerra, disse aoEstadoque estuda a possibilidade de, no futuro, haver áreas controladas para o... Foto: Felipe Rau/EstadãoMais
Após limpeza, usuários de droga voltaram ao local
Com 550 PMs, a ação da Força Tática e do Choque começou às 5 horas deste domingo, quando os agentes cercaram a praça. Foto: Felipe Rau/Estadão
Após limpeza, usuários de droga voltaram ao local
Nesta segunda-feira, o policiamento foi reforçado na praça. Foto: Felipe Rau/Estadão
Após limpeza, usuários de droga voltaram ao local
Agentes da Guarda-Civil Metropolitana também reforçam o patrulhamento da Praça Princesa Isabel. Foto: Felipe Rau/Estadão
Após limpeza, usuários de droga voltaram ao local
Ao perceber a movimentação, parte dos usuários e traficantes da nova Cracolândia passou a seguir em direção à Estação da Luz e ao Elevado João Goulart... Foto: Felipe Rau/EstadãoMais
Após limpeza, usuários de droga voltaram ao local
O alojamento para acolhimento em contêineres teve baixa demanda; os usuários e moradores de rua seguem na Praça Princesa Isabel. Foto: Felipe Rau/Estadão
Após limpeza, usuários de droga voltaram ao local
Para o presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremesp), Mauro Aranha, a estratégia de dispersão 'não atende à racionalidade de políticas pública... Foto: Felipe Rau/EstadãoMais
Após limpeza, usuários de droga voltaram ao local
O secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, afirmou que a ação 'aconteceu para desmobilizar o tráfico mais uma vez e para que se pudesse realizar... Foto: Felipe Rau/EstadãoMais
Após limpeza, usuários de droga voltaram ao local
Equipes de limpeza da Prefeitura continuam trabalho de remoção de lixo da praça nesta segunda-feira. Foto: Felipe Rau/Estadão
Após limpeza, usuários de droga voltaram ao local
Depedentes químicos e moradores de rua recolhem cobertores e colchões. Foto: Felipe Rau/Estadão
Após limpeza, usuários de droga voltaram ao local
A operação deste domingo foi a segunda das Polícias Militar e Civil no centro de São Paulo para combater o tráfico de drogas. Foto: Felipe Rau/Estadão
Após limpeza, usuários de droga voltaram ao local
Equipes da GCM acompanhama movimentação na Praça Princesa Isabel. Foto: Felipe Rau/Estadão
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Segundo uma assistente, o espaço lotou por volta das 16 horas - dali em diante, ninguém mais poderia entrar. Para quem pediu comida, ela disse que não havia mais marmita e as toalhas de banho também já tinham acabado. A situação irritou alguns dependentes, como o desempregado Eduardo Mousinho, de 41 anos, que diz estar há 11 dias sem fumar crack, fazendo sessões diárias de terapia no Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod).
“Estou há 11 dias limpo, estou me tratando, mas parece que eles não querem ajudar. Se eu fico no Cratod, fazendo terapia, não consigo vaga para dormir”, disse Mousinho, que preferiu dormir na rua a ir para o Complexo Prates, centro de acolhimento no Bom Retiro para onde a Prefeitura deslocou quem não conseguiu vaga no alojamento da Luz. “Lá no Prates usam droga e roubam nossas coisas”, disse.
Sucesso
Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social enalteceu o fato de o alojamento “ter conseguido atrair os usuários e conquistado sua confiança em apenas quatro dias de funcionamento” e disse que “estão sendo realizados todos os ajustes necessários para que o atendimento seja ainda mais adequado e eficiente”. Segundo a pasta, serão criadas mais 280 vagas para dependentes químicos na Luz, em um prédio público na Avenida Duque de Caixas e em contêineres. Quando a lotação é atingida, afirma, oferece transporte para a unidade mais próxima ao dependente.