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Uso ilegal de gás em restaurante causa explosão no Rio: 3 mortos e 17 feridos

Por Bruno Boghossian , PEDRO DANTAS e RIO
Atualização:

O estoque clandestino e o uso ilegal de cilindros de gás foram as prováveis causas da explosão que matou 3 e feriu 17 pessoas - 3 em estado grave - na manhã de ontem no restaurante Filé Carioca, na Praça Tiradentes, centro do Rio. O impacto quebrou janelas até o 9.º andar do Edifício Riqueza. O deslocamento de ar lançou uma das vítimas a 35 metros de distância.A tragédia ocorreu às 7h21, depois que os funcionários tentaram sem sucesso controlar um vazamento de gás. O tremor foi sentido em outros prédios e levou pânico a hóspedes de um hotel da cadeia Formule 1, vizinho ao restaurante. A funcionária do Filé Michelle Santos, de 29 anos, esteve no restaurante momentos antes da explosão. "Cheguei às 7h e o seu Antônio, o cozinheiro (o chefe), pediu que eu saísse e não deixasse ninguém entrar, mas entrei com ele e senti um forte cheiro de gás. Havia dois outros rapazes. Eu saí, mas eles ficaram na porta. Eu andei e pouco depois ouvi a explosão." O chefe de cozinha Severino Antônio e o sushiman do restaurante, Josimar dos Santos Barros, foram arremessados para o outro lado da Praça Tiradentes e morreram na hora. Matheus Maia Macedo de Andrade, de 19 anos, que seria bancário, passava pelo local e, atingido em cheio pela explosão, também morreu.Segundo o comandante dos bombeiros, coronel Sérgio Simões, o condomínio do Edifício Riqueza foi notificado sobre a proibição do uso de gás em agosto de 2010. Ele mostrou laudo com o parecer, desrespeitado pelo restaurante. A CEG, concessionária de fornecimento de gás do Rio, informou que desde 1961 não abastecia o prédio por falta de estrutura do local. Após a explosão, os bombeiros recolheram três botijões de gás de 13 litros. Funcionários revelaram que o fogão era abastecido precariamente por uma bateria de cilindros de gás interligados, que tinham apresentado vazamento na terça-feira. O atendente Renato Fiel afirmou que os seis cilindros de grande porte ficavam no subsolo. "Quem ficava responsável por mexer nos cilindros de gás era o cozinheiro", disse. Choque. O proprietário do Filé Carioca, Carlos Rogério do Amaral, de 47 anos, que pode ser indiciado por homicídio culposo, foi internado em estado de choque no Hospital Quinta D'Or.

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