02 de abril de 2014 | 02h06
O papa Francisco vai assinar um decreto canonizando o jesuíta. O processo de Anchieta teve início em 1597, ano de sua morte, e se arrasta há 417 anos. Houve muitos percalços, incluindo dificuldades financeiras e até a supressão da Companhia de Jesus, em 1773. No entanto, recentemente, o prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, cardeal Angelo Amato, vislumbrou a possibilidade de mudar de estratégia, com a canonização equipolente.
Na canonização equipolente são três os requisitos básicos: 1) a prova do culto antigo ao candidato a santo; 2) o atestado histórico incontestável da fé católica e das virtudes do candidato; 3) a fama ininterrupta de milagres intermediados pelo candidato. Anchieta preenche as três condições. São inúmeros os milagres e graças atribuídos à intercessão dele. Veneram-no como bem-aventurado não só gente de São Paulo, mas fiéis do Brasil e das Ilhas Canárias, local onde Anchieta nasceu.
Esta forma de canonização já foi empregada pelo papa Francisco, quando, por decreto, elevou aos altares Angela Foligno (outubro de 2013) e Pedro Favre (dezembro de 2013). Os católicos podem ficar seguros de que a praxe a ser adotada no caso de Anchieta goza do mesmo atributo das canonizações usuais, em que são exigidos os dois milagres. Da mesma forma que a Companhia de Jesus se expandiu avassaladoramente em pouquíssimo tempo, São Paulo progrediu miraculosamente, talvez graças ao toque inicial de São José de Anchieta e Padre Manoel da Nóbrega.
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