Uma aposta de risco dos trabalhadores

PUBLICIDADE

Por Análise: Bruno Tavares
Atualização:

Aeronautas e aeroviários devem repetir hoje a mesma estratégia adotada há quase quatro anos pelos controladores de voo de Manaus e Brasília. Na ocasião, um grupo de militares insatisfeitos também aproveitou uma véspera de feriado para cruzar os braços. Todos se lembram dos resultados: aviões no chão, aeroportos lotados e passageiros enfurecidos. Embora a greve dos trabalhadores da aviação não deva produzir o mesmo caos daquele ano, o prejuízo aos passageiros será inevitável. Os sindicalistas dizem ter sido "empurrados" para a greve pelas companhias aéreas, transferindo toda a responsabilidade. Mas sabem que, se houver transtornos nos aeroportos a partir de hoje, são eles quem ficarão marcados. "Não vamos ganhar nada, mas evitaremos acidentes", responde Gelson Fochesato, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, quando indagado sobre os objetivos que pretende alcançar ao levar adiante a paralisação neste Natal. É uma posição louvável diante das últimas tragédias (da Gol, em 2006, e da TAM, em 2007), mas ao mesmo tempo arriscada. Assim como os controladores, eles correm o risco de sair enfraquecidos e verem suas reivindicações ignoradas não só pelas empresas, mas também pela sociedade. Se isso acontecer, todos sairão perdendo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.