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Um símbolo da cidade à espera de reforma

Edifício Copan, projetado por Oscar Niemeyer, tem de trocar as pastilhas que cobrem a fachada

Por CAMILA BRUNELLI
Atualização:

Um dos maiores símbolos da capital deve passar por reforma. As pastilhas de porcelana que cobrem a fachada externa do Edifício Copan, na região central, serão retiradas e substituídas por outras, de vidro, importadas da Índia ou da China e mais resistentes. O novo revestimento terá as mesmas cores que o atual.

A troca precisa ser feita porque as pastilhas que adornam o prédio, construído na década de 1960, estão se descolando e podem causar acidentes.

O Copan é um bem em processo de tombamento nas esferas municipal e federal e só pode sofrer intervenções após autorização dos órgãos que protegem os patrimônios históricos: o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

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A permissão para que a obra seja realizada pode ser dada ou não, mediante apresentação do projeto da reforma. O síndico do edifício, Affonso Celso Prazeres de Oliveira, ainda não sabe quando apresentará o projeto aos órgãos de patrimônio. Segundo ele, o plano inicial de reforma estava autorizado, mas sofreu muitas mudanças, como a troca de fornecedores dos principais materiais. Inicialmente, o custo previsto para a reforma era de R$ 23 milhões, mas agora será maior.

"Esse projeto eu ainda não apresentei, até porque nós queremos nos valer da Lei Rouanet", disse Oliveira. A lei é um mecanismo federal de incentivo à cultura, que permite a patrocinadores de restauro de imóveis com valor histórico recuperar, por meio de desconto em impostos, 100% da verba investida.

Oliveira enfrenta dificuldades em conseguiu parceiros e patrocinadores por causa da demora no tombamento do Copan. O processo do Iphan teve início em 2007 e o do Conpresp, em 1992. Tela de proteção foi colocada na fachada para evitar que as pastilhas caiam sobre os pedestres. Emergencialmente, trabalhadores do prédio trocaram pastilhas que estavam se desprendendo.

Por causa das dificuldades em obter verba, ele não acredita que a reforma comece neste ano. "O dinheiro do caixa do condomínio só dá para começar as obras, não para terminá-las", afirma ele, sem especificar valores.

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História. O Edifício Copan foi projetado na década de 1950 pelo arquiteto Oscar Niemeyer com a colaboração de Carlos Alberto Cerqueira Lemos. O empreendimento, homenagem ao IV Centenário da cidade, fora construído para ser um hotel, mas o interesse imobiliário prevaleceu. Hoje, o condomínio tem 1.160 apartamentos em seis blocos com 2.038 moradores e área comercial no térreo com 72 lojas e uma igreja evangélica.

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