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Um em cada 4 paulistanos almoça fora toda semana

Pesquisa feita com 1.618 pessoas mostra que, por mês, moradores de SP desembolsam juntos R$ 797 milhões para comer fora de casa

Por Rodrigo Brancatelli e Rodrigo Burgarelli
Atualização:

Famosos mundialmente por sua variedade e quantidade - e também pelos preços caros -, os restaurantes de São Paulo movimentam um enorme mercado, digno de comparação com o faturamento de algumas das maiores empresas do País. Todo mês, os paulistanos gastam R$ 767 milhões com refeições, incluindo café da manhã, almoço e jantar. Isso significa que cada adulto gasta, em média, R$ 91 mensais em restaurantes na capital. Gostos e hábitos dos paulistanos na hora de comer fora de casa foram esquadrinhados pela empresa Escopo Geomarketing. Segundo pesquisa de mercado feita com 1.618 pessoas na cidade de São Paulo entre 26 de setembro e 5 de outubro, quase um em cada quatro moradores da capital (24%) almoça em restaurantes pelo menos uma vez por semana. O contingente que come fora todos os dias também é expressivo - 1,7 milhão de pessoas, ou seja, 20% da população adulta da cidade.A maior explicação está na correria do dia a dia - são raros os paulistanos que trabalham fora e conseguem voltar para casa na hora de almoçar. Por isso, as outras refeições são normalmente bem mais caseiras que o almoço. Apenas 8% dos moradores da cidade costumam tomar café da manhã fora de casa pelo menos uma vez por semana. Em relação ao jantar, esse número é ainda menor: só 5% jantam em restaurantes em algum dia da semana.Esse cenário é confirmado nas ruas. "Almoço fora todos os dias, por causa do trabalho. Jantar é mais raro, só quando tem alguma ocasião especial", diz o administrador Bernardo Costa, de 27 anos. Bernardo é carioca, mas vive em São Paulo e trabalha em um banco na região da Avenida Brigadeiro Faria Lima. "Normalmente almoço no restaurante dentro do banco, que é mais em conta. Mas de vez em quando acabo indo em algum restaurante fora também."Por quilo. O tipo de comida preferido na hora do almoço é a tradicional comida brasileira, que contempla itens clássicos como arroz, feijão, bife, salada e macarrão para acompanhar. A liderança é grande - 91% dos paulistanos que comem fora de casa nesse horário acabam escolhendo esse tipo de comida. A principal razão para isso não poderia ser outra: o preço."No dia a dia, o melhor é ir a um restaurante por quilo mesmo, ou, se for para economizar, comer em algum PF (prato feito) de padaria", diz o economista Rodrigo Torres, de 30 anos. Mesmo escolhendo o tipo mais barato, ele reclama do preço cobrado na região onde trabalha, na Vila Olímpia, zona sul. "O problema é que se você for a algum lugar mais barato a comida é ruim. Aí você acaba tendo de ir a algum lugar um pouco melhor e desembolsar um pouco para complementar o vale-refeição", afirma.Já comer outro tipo de comida na hora do almoço é considerado coisa de "chefe". "É meu chefe que gosta de ir em sushi ou algum lugar do tipo na hora do almoço. O negócio é tentar ir na comida a quilo mesmo, tradicional", conta o também economista Felipe Botelho, de 29 anos.Sobremesa e café. Outro detalhe sobre hábitos do paulistano na hora do almoço se refere ao consumo de guloseimas e de café. A bebida é o principal gasto extra que os consumidores têm depois de almoçar. Segundo a Escopo, 20% das refeições terminam com uma xícara de cafezinho.A pesquisa também apontou que 16% pedem alguma sobremesa após comer. Doces industrializados são os menos procurados - 15% levam um chocolate, 12% balas e apenas 11% compram chicletes antes de sair.Esses gastos extras também variam de acordo com a renda. Quem ganha até R$ 1,5 mil por mês costuma comprar guloseima ou café em 22% dos almoços. Já quem ganha mais de R$ 5 mil mensais pede algo a mais em 42% das refeições. O gasto médio do paulistano quando compra guloseimas depois do almoço é de R$ 4,10.

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