Um Bel Air 1955 rouba a cena na estreia do Trecho Sul

O Chevrolet azul foi o primeiro veículo a cruzar o novo asfalto. Entre os carros oficiais, dianteira ficou com Citroën C5 do vice-governador

PUBLICIDADE

Por Rodrigo Burgarelli
Atualização:

O comerciante José Freixa tinha um objetivo claro quando se levantou da cama, às 2h30 de ontem: ser o primeiro motorista a rodar sobre o asfalto virgem do Trecho Sul do Rodoanel. Para isso, levantou-se rápido, tomou café da manhã, esperou a chegada dos amigos Marco e Gustavo e viajou por quase uma hora de sua casa, em Interlagos, zona sul de São Paulo, até o viaduto onde seria aberta a nova pista, sobre o km 278 da Rodovia Régis Bittencourt.Os três chegaram lá às 4 horas - duas horas antes da inauguração. Pouco a pouco, mais pessoas chegaram e, às 6 horas, três viaturas da Polícia Rodoviária formavam a fila onde se alinhavam, em pose de largada, caminhões, motos e carros - incluindo o de Freixa, o Chevrolet Bel Air 1955 azul-claro.Coleção. Freixa é colecionador de carros antigos há mais de 15 anos. Guarda na garagem cinco carros clássicos - o Bel Air que estreou o Trecho Sul, um Fusca 1952 "com um motorzinho mais nervoso", um Impala 1972 "quatro portas e pretão", um Ford T-Bucket 1923 "amarelo com flâmulas vermelhas e motor de Opala" e um "Furgão do Amor - na verdade uma Rural 1950 modificada, que eu uso para viajar com minha mulher", descreveu. Além dos carros, Freixa coleciona troféus: são mais de 30, ganhos em competições de carros antigos em todo o Estado.Ontem, não havia troféu em disputa, mas o comerciante levava seu objetivo a sério. Até ver as coisas se complicarem por volta das 6h40, quando chegaram os quase 40 carros da comitiva oficial do governador. "Com esse tanto de placa preta (carro oficial) fica difícil", lamentou.Planos oficiais. O vice-governador Alberto Goldman (PSDB) tinha os mesmos planos de estrear o novo asfalto. "Primeiro vai o percussor (viaturas da Polícia que abrem caminho), depois a comitiva oficial e só aí o comboio", explicou o coronel Marcondes, da Polícia Militar Rodoviária, responsável pela operação.E foi assim que aconteceu. O reluzente Citröen C5 prata de Goldman liderou a comitiva. Ele mesmo dirigia o carro, dando carona aos secretários Mauro Arce (Transportes) e Francisco Luna (Economia e Planejamento). Em seguida, a horda de carros oficiais, veículos de reportagem e três viaturas da Polícia Rodoviária.Logo atrás, vinha o Bel Air 1955 azul - provavelmente o mais antigo do comboio - como o primeiro carro convencional, ainda que muito peculiar, a passar pela mais nova e moderna estrada do País.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.