
11 de agosto de 2009 | 07h51
A primeira mensagem postada tem data de 2 de agosto. Outras 55 já foram publicadas (média de quase 7 por dia). O conteúdo dos recados é variado: além de conversas com outros usuários - incluindo "famosos", como a ex-garota de programa Bruna Surfistinha - há na página várias notas de agradecimento aos advogados, entre eles Denivaldo Barni Júnior, amigo da família que, desde o crime, virou uma espécie de tutor de Suzane. O site traz ainda uma expressão muito utilizada por ela nas poucas entrevistas que deu - "só devo à Justiça e não à sociedade".
O Twitter aberto em nome da presa tinha 315 seguidores. No dia 3, um deles questionou a autenticidade da página e teve uma ríspida resposta: "Para quem acha que eu sou fake (falsa) vou provar tirando uma foto com um nome 'Twitter oficial' na testa, acho q isso basta éim?". Até a segunda, porém, a promessa não havia sido cumprida. Há quatro dias, uma mensagem explicava o motivo da "demora". "A foto com o nome na testa escrito Twitter vai sair sim, só tow (sic) esperando a resposta de meu adv. bjs!".
A foto que ilustra a página foi tirada em junho de 2005, quando Suzane deixou a prisão após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) conceder habeas corpus. No campo "biografia" estava escrito: "Suzane Von Richthofen - Oficial. A todos vocês sajam bem vindos! E quero lembrar desde já que não tem como eu está presente aqui constantemente, agradeço apoio". A moldura da página traz as inscrições "Oficial", à esquerda, e "Deus é Fiel", à direita.
No ofício encaminhado à Justiça, o promotor Paulo José de Palma pede esclarecimentos à direção da Penitenciária Feminina de Tremembé, onde Suzane cumpre pena, e informações ao provedor do Twitter, para obter detalhes sobre o autor do perfil. O promotor ratifica o pedido de apuração lembrando que, em setembro de 2006, Suzane foi punida com a transferência para um presídio de segurança máxima por ter tido regalias no Centro de Ressocialização (CR) de Rio Claro, incluindo o uso de um computador da unidade. Agentes penitenciários disseram que a presa conseguia até mesmo atualizar um perfil falso no site Orkut com o nome Patrícia von Richthofen.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que ainda não havia sido comunicada sobre o pedido de investigação. Salientou, porém, que nenhum preso tem acesso à internet nas prisões paulistas. O advogado Barni Júnior disse concordar com a investigação. "A defesa tomará ciência da solicitação para acompanhar as investigações e a respectiva apuração de responsabilidades criminais de quem cometeu tais atos. Suzane está encarcerada e sem qualquer acesso a tais veículos de comunicação. Trata-se de fato gravíssimo que merece ser apurado."
Encontrou algum erro? Entre em contato