atualizado às 20h26
Um tumulto no final da apuração do título do carnaval de São Paulo interrompeu a leitura das notas das escolas nesta terça-feira, 21, e acabou com um carro alegórico destruído pelo fogo, cinco pessoas presas e a pista local da Marginal do Tietê interrompida.
Quando a apuração se aproximava do fim, membros da Gaviões da Fiel, do Império da Casa Verde, da Vai-Vai e da Camisa Verde e Branco aumentaram o tom das manifestações e reclamavam da seleção dos jurados. Eles eram incitados por Darly Silva, o Neguitão, presidente da Vai-Vai. Houve duas trocas na quinta-feira, um dia antes do início dos desfiles paulistanos.
Foi a senha para que Tiago Ciro Tadeu Faria, 29, membro do Império de Casa Verde, pulasse o gradil e fosse a mesa onde a leitura dos votos era feita. O homem pegou os envelopes com as notas, rasgou e colocou na calça e saiu da área do palco sem ser incomodado por ninguém. Mas depois foi preso. Uma outra pessoa presa é integrante da Gaviões da Fiel. Mais três torcedores foram detitos.
O homem foi seguido por torcedores de diversas escolas, que também invadiram o palco enquanto membros da Gaviões deixavam o sambódromo do Anhembi e tomavam a Marginal do Tietê.
Com a invasão da torcida, que caminhava de volta à sede da escola, a pista local da Marginal foi prontamente intermeditada e parte da torcida, mais exaltada, arrancou grades e ameaçou motoristas.
Incêndio. Enquanto integrantes da Gaviões ocupava a via, uma coluna de fumaça negra subiu do sambódromo. Era um carro da Pérola Negra que pegava fogo.
Os bombeiros controlaram rapidamente o incêndio, mas o carro foi destruído. Os ânimos continuaram quentes: uma diretora da Pérola Negra, exaltada, pedia aos colegas que incendiassem todos os carros da própria escola. Em mais um tumulto, a polícia teve que impedir que ela fosse atendida. A mulher foi contida e levada para fora do pátio.
Mas alguns simpatizantes da Pérola acusavam torcedores da Gaviões de terem iniciado o fogo e ameaçaram incendiar os carros da escola. De novo, uma grande confusão começou na área e só terminou com a chegada da Rocam e da tropa de choque da PM. Um cinegrafista da TV Cultura teve o equipamento destruído.
Campeã. Com a confusão ainda em andamento, o presidente da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, Paulo Sérgio Ferreira, afirmou que tentaria utilizar os votos roubados pelo homem que detonou o tumulto. Caso não conseguisse, a Mocidade Alegre, então em 1° lugar, ficaria com o título