Tropa de Choque vai separar torcidas durante apuração

200 homens da unidade vão fazer a segurança no Anhembi; com novas regras, expectativa é de disputa acirrada

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Por CAMILA BRUNELLI
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Para a apuração do carnaval paulistano, que ocorre hoje, às 16h, no sambódromo do Anhembi, cerca de 200 homens da Tropa de Choque vão monitorar toda a entrada e a ocupação das arquibancadas, separando as torcidas da Gaviões da Fiel (ligada ao Corinthians), Mancha Verde (Palmeiras) e Dragões da Real (São Paulo). O objetivo é evitar confusão na divulgação das notas - sobretudo com as mudanças de regulamento, que vão tornar a disputa mais acirrada neste ano.Uma viatura da Força Tática e 20 homens farão a segurança dos arredores do Parque Anhembi. Outros 70 homens poderão ser solicitados pela corporação, em caso de necessidade. Segundo o tenente-coronel Oswaldo Garcia, comandante do 9.° BPM (zona norte), será feito também o monitoramento de segurança pelas 26 câmeras do complexo. A última confusão nas apurações ocorreu há dois anos, quando integrantes da Gaviões arremessaram cadeiras contra a área de cerimônia.Mudanças. Entre as mudanças na apuração deste ano está a diminuição no número de jurados por quesito, que passa de cinco para três, totalizando 27 avaliadores. Até o ano passado, a menor e a maior das cinco notas eram descartadas. A partir desta apuração, apenas a nota mais baixa será desconsiderada. Outra novidade é o sistema decimal de notas, cujo objetivo é deixar a avaliação mais rigorosa. O desconto mínimo que um julgador poderia aplicar a uma escola que tivesse infringido alguma regra era de 0,25. Neste ano, o desconto passa a ser de 0,1, mas a nota mínima foi de 7 para 8. Apesar das notas decimais conferirem um aspecto mais criterioso às avaliações, especialistas acreditam que a possibilidade de empate aumenta, por ser menor o número de notas somadas. Para o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel de Oliveira, a pontuação decimal ajuda até na proximidade das notas. "É possível que os primeiros lugares tenham pontuações muito parecidas." Para Oliveira, detalhes definirão a campeã. "Não será como antes, em que no meio da apuração já dava para arriscar quem ganharia."O presidente da União das Escolas de Samba Paulistanas (Uesp), Kaxitu Ricardo Campos, concorda com Oliveira. Para ele, a proximidade será grande até na hora de definir o rebaixamento. Como o menor desconto passa a ser de 0,1, as notas tendem a ficar acima de 9,5. "Para chegar a 9,3 ou 9,2, as escolas terão de ter cometido uma sequência grande de erros", disse. "Além disso, o avaliador mais rígido terá a nota excluída."

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