
07 de dezembro de 2014 | 02h01
Pessoas infectadas pelo vírus em Botswana (país em que a epidemia começou antes) demoram hoje, em média, 12,5 anos para começar a desenvolver sinais de aids, em contraste com um intervalo mais curto, em países como a África do Sul, em que a doença chegou uma década depois. Do ponto de vista da evolução, para enfrentar sistemas imunológicos agora mais resistentes, o vírus estaria perdendo poder de fogo. É o mesmo processo que, ao longo de milênios, fez o homem sobreviver a grandes epidemias.
Os pesquisadores acreditam, também, que os esquemas de tratamento com antirretrovirais podem ter acelerado um processo de "seleção" do HIV. Assim, à medida que os vírus mais agressivos estariam sendo barrados pelo poder de ataque da combinação de remédios, suas variações mais brandas estariam ganhando espaço.
Outra novidade foi uma nova recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgada no Congresso Mundial de Luta contra o Câncer, em Melbourne, Austrália, que duas doses de vacina contra o HPV, vírus causador das verrugas genitais e da maior parte dos casos de câncer de colo de útero, seriam suficientes para garantir proteção às meninas. A notícia foi divulgada pela agência de notícias AFP.
A orientação anterior era de que seria preciso receber três doses. A diminuição do número de doses da vacina pode gerar uma economia brutal para o combalido sistema de saúde de muitos países em desenvolvimento.
No Brasil, o Ministério da Saúde lançou neste ano campanha de vacinação gratuita, com três doses (a segunda seis meses depois da primeira, e a última cinco anos após o início do esquema), baseada nas pesquisas médicas e na recomendação da própria OMS. Talvez uma possível realocação de recursos, se houver a confirmação de que duas doses são suficientes, permitiria uma cobertura mais ampla da vacinação para outros grupos da população, como o dos garotos.
A última novidade diz respeito ao Ebola, e foi publicada pelas agências Reuters e AFP. A OMS passou a recomendar abstinência sexual por três meses para as pessoas que sobreviveram à infecção. Anteriormente, se falava em períodos mais curtos.
Segundo os pesquisadores, apesar de não haver casos documentados de transmissão por via sexual, há evidências de que o vírus pode ser encontrado no sêmen por até 82 dias depois da manifestação dos sintomas. Nesse caso, uma relação sexual sem proteção poderia expor os parceiros ao vírus.
É PSIQUIATRA
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