Como o senhor resumiria sua ideia de reaproveitamento?
Você só consegue acabar com o lixo se você tiver uma nova vocação para ele. Não adianta só compactar os resíduos ou depositá-los em aterro. Dá para transformá-lo em um produto que tem elasticidade, porque uma parte é plástico, tem densidade, outra parte é resto de obra, tem amarração, e uma parte é roupa... Teremos, então um material maleável, que pode ser utilizado na construção civil: para pavimentação, escolas, creches e casas populares.
como isso poderia ser feito na prática?
Defendo a construção de miniusinas em cada bairro. Por lei, as prefeituras são as responsáveis pelos detritos gerados nas cidades. Ou seja, elas têm à disposição a única coisa que a humanidade produz sem crise - anualmente, a produção de lixo aumenta de 8% a 10%.
Mas seria possível já aplicar isso hoje em dia?
Sim, com as tecnologias já existentes. O lixo precisa ser moído, secado e misturado. As receitas precisam vir dos institutos de pesquisa, para dar a densidade e a durabilidade adequada para cada produto, de acordo com a sua finalidade. É algo extremamente simples. É algo melhor do que cimento.
Em sua opinião, esse seria o fim dos aterros sanitários?
Sim, afinal aterro é uma bobagem. Uma hora acaba infiltrando no lençol freático e contaminando tudo. Defendo um processo de reaproveitamento.