20 de janeiro de 2011 | 00h00
O grupo mudou-se para o colégio para ajudar, mas também porque a casa onde mora fica em área de risco e foi interditada. "A entrada para o carro está rachando. Um engenheiro que acompanha o nosso trabalho achou melhor que nós saíssemos de lá", explica irmã Inês, de 28 anos, a líder. Ela vive no claustro há 9.
Subordinadas a uma diocese de Campinas, elas ligaram para as irmãs da Congregação de Santa Dorotéia, que administram o colégio, para pedir pouso enquanto resolvem o que vão fazer.
Sua casa de três quartos fica em um terreno "bem grande" no Vale dos Pinheiros, bairro próximo da região central da cidade.
"Fizemos voto de pobreza, castidade e obediência, levamos uma vida de silêncio e recolhimento. Agora, nossa rotina mudou bastante, tudo está mais movimentado", diz irmã Inês, que veste hábito marrom e sandálias Havaianas (não franciscanas).
Em uma mesinha à entrada do colégio, a noviça Gisela de Freitas, de 21 anos, brinca com o voluntário Warlley de Freitas, de 16, que usa de short e camiseta: "Somos parentes!"
Irmã Inês nasceu em Pederneiras, interior de São Paulo, e chegou a namorar um rapaz de sua cidade - terminou para dedicar-se à vida religiosa. Dois soldados pedem licença para passar com mantimentos. Uma voluntária de 21 anos, short de lycra justo, top de listrinhas, pergunta se é ali que ela se cadastra. "Sim, sim", diz madre Raquel do Bom Pastor, de 22. A freira explica que aquele é seu "nome religioso". Ao receber a consagração, a noviça é rebatizada. A idade do grupo vai de 19 a 35 anos.
"Intimidade". Em sua rotina de clausura, elas acordam às 5h30 para rezar. Às 9h fazem outra oração, repetida ao meio-dia, às 15h, às 17h30 e às 19h. Entre as orações, ocupam-se com trabalhos manuais e fazem pão para vender. Apenas uma delas vai à rua para resolver o que é preciso. A escolhida atende a "um chamado de Deus".
Irmã Inês pede educadamente que não pergunte mais nada sobre sua "intimidade". Nem a ela, nem às noviças. "Acho melhor a gente ficar por aqui", sugere.
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