03 de fevereiro de 2013 | 02h01
"Não tem como pedir para minhas filhas ficarem em casa. Elas não vão deixar de aproveitar a melhor fase da vida por isso. Mas peço para tomarem cuidado, prestarem atenção em saída de emergência e para não ficarem muito perto do palco", conta a comerciante Maria Luiza Tarma Arbex, de 49 anos, que tem três filhas - de 22, 25 e 28 anos.
A empresária Nilda Vargas, de 56, diz que já não se sentia completamente segura quando ia a algumas baladas frequentadas pelas filhas, de 25 e 30 anos, mesmo antes do incêndio na boate Kiss. "Já fui a algumas casas noturnas e fiquei apavorada. Me sinto sufocada e não consigo ficar muito tempo nesses locais."
Na opinião da empresária, a preocupação com a segurança não pode ser uma coisa de momento. "Tem de ter uma fiscalização rígida em cima dessas casas. Qualquer um percebe que alguns locais não têm condições de funcionar: são pequenos, só têm uma porta para entrar e sair, têm um extintor de incêndio minúsculo que não resolve nada..."
Conscientizar os jovens sobre os riscos de algumas baladas é tão importante quanto cobrar atitudes do poder público, na opinião da esteticista e fisioterapeuta Meire Marques, de 49 anos. "Tento mostrar para meus filhos (de 23 e 26 anos) que eles não são imortais. Não adianta achar que uma coisa dessas nunca vai acontecer com a gente."
A artista plástica e professora de artes Glória Coelho Fernandes, de 56 anos, afirma que não costumava se preocupar quando os filhos de 26, 27 e 29 anos saíam à noite. "Agora, vou ficar mais alerta. A gente pensa: se está aberto, é porque deve estar de acordo com a lei."
Até quem ainda não tem filho na idade de ir a baladas começa a se preocupar com o assunto. "Meu filho tem 17 anos e é bem tranquilo. Mas, se ele já estivesse na fase de ir a casas noturnas, acho que estaria com os cabelos em pé com tudo o que aconteceu", afirma a publicitária Silvana Santos, de 47 anos.
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