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Tragédia de Realengo: aluno que avisou PMs volta ao colégio

Estudantes - alguns ainda feridos - só participaram de atividades fora de sala; secretária prometeu contratar mais inspetores

Por Pedro Dantas e RIO
Atualização:

O aluno Jonathan Oliveira dos Santos, de 14 anos, entrou ontem pela primeira vez na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, após a chacina de 12 colegas praticada pelo ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, de 23, no dia 7. Ele estuda no turno da manhã, formado por alunos que presenciaram os crimes. Mesmo baleados nos braços, Jonathan e o colega Alan Ferreira da Silva, de 13 anos, avisaram a policiais sobre o que acontecia no interior da escola. "Cheguei aqui e todo mundo veio me abraçar. Alguns estavam chorando e ainda falavam sobre o acontecimento, mas acho que já é hora de esquecer", disse Jonathan. Ontem, compareceram 230 dos 400 alunos esperados pela manhã. Carlos Maurício Pinto, de 38 anos, pai de Rafael Pereira da Silva, de 14, morto no massacre, teve a dura tarefa de incentivar e levar a filha Ana Beatriz, de 12, para a escola onde o irmão foi assassinado. "Perdi meu filho, mas tenho uma menina que precisa estudar para ser alguém na vida", disse Carlos. Os estudantes participaram de atividades artísticas e foram monitorados por psicólogos no térreo do colégio, pois as salas de aulas ainda passam por reformas. "Não fiz nada, porque só posso movimentar um braço. O tiro quebrou o osso, mas vou ficar bem", afirmou Ian Nascimento, de 13 anos. A secretária municipal de Educação do Rio, Claudia Costin, divulgou pacote de medidas para as escolas municipais. Anunciou a contratação de 1. 844 inspetores, além dos 400 nomeados no ano passado, para que cada escola do município conte com um inspetor por andar. Visitantes serão obrigados a usar crachás de identificação e serão instaladas câmeras em mais unidades. A secretaria encomendou à Procuradoria do Rio estudo para contratar 1.500 porteiros para colégios.

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