01 de dezembro de 2012 | 02h02
Depois de dois anos de investigações da Polícia Federal, policiais desarticularam ontem uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas, em especial crack e cocaína. Com base em Cascavel, no oeste do Paraná, o grupo é suspeito de usar carros de luxo para abastecer o Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo, e o Comando Vermelho (CV), no Rio.
Até o fim da tarde, haviam sido cumpridos 11 dos 22 mandados de prisão e 60 de busca e apreensão. Entre os detidos está Gilmar dos Santos Arruda, suspeito de pertencer ao PCC em São Paulo. Ele teria sido detido em Itaquaquecetuba, em uma casa de alto padrão.
A operação batizada de Vera Cruz foi desenvolvida simultaneamente em sete Estados (Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Rio e Pará) e no Paraguai, com apoio da Secretaria Nacional Antidrogas.
Era da cidade paranaense que a quadrilha negociava a venda de drogas. O grupo tinha um patrimônio estimado em R$ 20 milhões e dispunha de aproximadamente R$ 10 milhões como capital de giro para a compra e venda de drogas.
De acordo com investigações da Polícia Federal de Cascavel, o transporte de drogas pela organização criminosa era feito em veículos preparados com fundos falsos dentro do Paraguai e depois enviados para o respectivo comprador no Brasil. Na maioria das vezes, a quadrilha optava por carros de luxo. Eles seguiam de terno e gravata, na tentativa de enganar a polícia.
Cavalos. Segundo o delegado-chefe da Delegacia da Polícia Federal de Cascavel, Fábio Simões, a organização começou com o contrabando de mercadorias do Paraguai e há cinco anos migrou para o tráfico. Alguns integrantes adquiriram propriedades rurais, máquinas e implementos agrícolas e cavalos de raça.
Em Catanduvas, cidade a 40 km ao sul de Cascavel, está localizada uma das fazendas adquiridas pelos chefes da quadrilha.
Apreensões. "Desde que iniciamos as investigações, já foram apreendidas cerca de 1,3 tonelada de crack e cocaína e 3 toneladas de maconha", afirmou o delegado-chefe.
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