Traficantes invadiram prédios estaduais de atendimento a usuários de droga, diz secretário

Segundo o titular da Saúde, David Uip, usuários de droga e bandidos teriam ainda queimado e destruído carros de funcionários

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Por Alexandre Hisayasu e Juliana Diógenes
Atualização:
Polícia Civil realiza, na manhã deste domingo, 21, uma grande operação na região da Cracolândia, no centro de São Paulo Foto: WERTHER SANTANA/ESTADAO

Em visita à região conhecida como cracolândia, no centro de São Paulo, após a operação policial de combate ao tráfico na manhã deste domingo, 21, o secretário estadual da Saúde, David Uip, disse que dependentes químicos e traficantes invadiram na semana passada dois prédios do governo estadual de atendimento a usuários de droga. Os invasores teriam ainda queimado e destruído carros de funcionários. 

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A operação da Polícia Civil cumpriu cerca de 70 mandados de prisão e 50 de busca e apreensão. Policiais militares também auxiliaram as diligências. Ao todo, cerca de 600 agentes participaram da ofensiva contra o tráfico de drogas, que ainda contou com apoio de helicópteros que sobrevoaram a área.

Segundo Uip, foram invadidas a unidade do programa Recomeço e o prédio do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), ambos na região central da capital. "A situação era muito perigosa para o pessoal", disse o secretário.

"A nossa abordagem de rua junto com o serviço social estava dificultada. Essa operação de hoje, do ponto de vista da saúde, foi fundamental para que possibilite o nosso atendimento e a abordagem mais adequada do usuário", afirmou. 

Sem os traficantes, explica Uip, o Estado poderá se reaproximar dos usuários de droga para dar assistência de saúde. Segundo ele, estão disponíveis hoje na rede estadual de saúde cerca de 3,4 mil vagas de atendimento ao dependente químico.

O secretário afirmou que na semana passada esteve "anonimamente" na região da cracolândia e teve "muitas dificuldades" para se aproximar da unidade do programa Recomeço. "Fui abordado, intimado e ameaçado", disse. 

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