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Trabalho obrigatório no SUS pode virar residência

Por Lisandra Paraguassu e Brasília
Atualização:

Os dois anos de trabalho obrigatório no Sistema Único de Saúde (SUS), proposta pelo governo feita há duas semanas, poderão ser transformados em uma residência médica obrigatória. Essa é a principal iniciativa que sairá de uma comissão formada pelo Ministério da Educação para analisar a mudança nos cursos de Medicina, como antecipou a coluna Direto da Fonte."O que estamos discutindo é como fazer esses dois anos no SUS, e a proposta de transformá-lo em uma residência foi a que unificou a comissão", revelou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Formada por representantes das escolas nacionais de medicina, pela Associação Brasileira de Ensino Médico e pela comissão de especialistas do MEC, presidida por Adib Jatene, a comissão precisa acertar os detalhes de como funcionaria essa residência. A proposta final deverá ser apresentada na próxima semana.De acordo com Mercadante, a ideia até agora é que a residência médica passe a ser obrigatória no SUS. Mas, em vez de funcionar como uma espécie de especialização em medicina pública e generalista, os futuros médicos poderiam escolher já a área em que gostariam de trabalhar, como pediatria, clínica médica ou ginecologia.O ministro afirma que existem vagas em programas de residência para apenas metade dos alunos que se formam nos cursos de Medicina existentes, a maioria pública. Se a proposta for aceita, o governo passaria a oferecer vagas para todos os formandos com uma bolsa nos mesmos moldes do oferecido pelos dois anos de trabalho obrigatório propostos originalmente. "Basicamente é o que os especialistas recomendam."Todo o período seria feito no SUS. Se a especialidade tiver um tempo de residência de dois anos, o médico termina o período formado. Se for maior, terá que complementá-lo - e é nesse ponto que faltam os detalhes de como funcionaria o processo. Se, por exemplo, a bolsa seria estendida, se o aluno poderia trocar o SUS por outro curso.

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