TOMBADO CASARÃO DO ANASTÁCIO

Processo demorou 21 anos para ser concluído

PUBLICIDADE

Por Barbara Ferreira Santos
Atualização:

O Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio (Conpresp) tombou ontem o Casarão do Anastácio, em Pirituba, na zona norte, 21 anos depois da abertura do processo. O imóvel, que hoje pertence à incorporadora Tishman Speyer, estava em ruínas e era alvo de disputas imobiliárias.

PUBLICIDADE

Localizado na Marginal do Tietê, no acesso à Rodovia Anhanguera, o prédio é um dos poucos em São Paulo no estilo arquitetônico de "missões" ou hispânico. "É um bem com valor paisagístico e, principalmente, de referência para os moradores que saíam de São Paulo rumo a Campinas", afirma o arquiteto Marcos Winther, diretor da Divisão de Preservação (DPH), que fez uma pesquisa histórica para elaborar o projeto de restauração.

O antropólogo Edson Domingues, de 44 anos, foi quem protocolou o pedido no órgão da Secretaria Municipal de Cultura, em 1992. Coordenador do Movimento Cultural de Pirituba, ele afirma que o imóvel era símbolo histórico do bairro, mas, desde que foi abandonado, se tornou alvo de vândalos. "A morosidade do poder público fez com que o nosso pedido se tornasse um dos recordistas de tempo de espera."

A liberação das antigas solicitações de tombamento marca a mudança de gestão do Conpresp, que, no começo deste mês, passou a ser comandado pela arquiteta Nádia Somekh. "Eu estou resgatando os processos em mutirão. Fico penalizada de ver imóveis há 20 anos sem definição", afirma Nádia.

Legado. O Casarão do Anastácio pertenceu ao coronel Anastácio de Freitas Troncozo, no início do século 19. Em 1856, foi vendido ao brigadeiro Tobias de Aguiar e à sua mulher, a marquesa de Santos. Com a morte dos dois, os herdeiros venderam a área ao frigorífico da Companhia Armour do Brasil, que fez a edificação. O atual proprietário prometeu transformar o imóvel em um centro cultural público.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.