TJ determina aposentadoria compulsória a desembargador suspeito de corrupção

Otávio Henrique de Sousa Lima é investigado sobre suposto envolvimento em esquema para soltar bandidos ligados ao crime organizado

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Por Alexandre Hisayasu
Atualização:
Sousa Lima foi julgado pelos 25 desembargadores do Órgão Especial que, por maioria, decidiram aplicar a pena máxima Foto: Estadão

SÃO PAULO - O Tribunal de Justiça de SP determinou nesta quarta-feira, 28, pena de aposentadoria compulsória ao desembargador Otávio Henrique de Sousa Lima. O magistrado é suspeito de se envolver em um esquema de corrupção para soltar bandidos ligados ao crime organizado.

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Sousa Lima foi julgado pelos 25 desembargadores do Órgão Especial que, por maioria, decidiram aplicar a pena máxima. Porém, ele continua recebendo o salário, que é de cerca de 30 mil reais. Os desembargadores determinaram que a Procuradoria Geral da República receba os autos para avaliar se cabe investigação criminal contra Sousa Lima.

As investigações do TJ-SP começaram em setembro do ano passado, após o desembargador soltar o traficante Welinton Xavier dos Santos, o Capuava.

Segundo as investigações do Departamento de Narcóticos (Denarc), Capuava é o maior traficante do Estado. Ele foi preso com mais de uma tonelada e meia de cocaína, armas de grosso calibre e munições.

Depois de ser solto, a Justiça decretou a prisão dele novamente, mas ele nunca mais foi visto. Segundo a polícia, ele estaria no Paraguai comandando o tráfico de drogas e de armas para o Primeiro Comando da Capital (PCC).

O advogado Marcial Herculino de Hollanda Filho, que defende Sousa Lima, informou que o magistrado está deprimido. "Não há prova de que ele agiu de forma ilícita. Há conjecturas, que não são consideradas provas no Direito."

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