28 de setembro de 2007 | 10h30
Em sua mais recente edição, a revista semanal americana Time afirma que "nas ruas caóticas de São Paulo, ambulâncias muitas vezes não conseguem enfrentar o trânsito para chegar ao local de um acidente, daí a figura dos paramédicos de moto". O repórter da revista acompanha o trabalho de bombeiros paramédicos que prestam primeiros socorros montados em suas motos e descreve como eles conduzem seus veículos "pelas ruas frenéticas do centro da cidade." Segundo o jornalista da Time , pela maneira com que os paramédicos dirigem suas motos, "eu posso dizer que eles estão acostumados." A segurança deles contrasta, no entanto, com a do repórter que os segue, que diz se sentir "como se estivesse em um videogame violento." "Ao nos aproximarmos da catedral da cidade, funcionários dos correios em greve invadem a rua, nos obrigando a cair para a faixa central.'' O repórter afirma também que "logo na esquina, um Fiat nos fecha, nos jogando para o lado da sarjeta. Meus dentes estão cerrados. Eu rezo para não me tornar a próxima parada dos paramédicos.'' Ocorrências A reportagem afirma que as ruas da grande São Paulo registraram 73.202 acidentes em 2006 e que, destes, 1.487 resultaram em mortes. ''A situação é exacerbada quando veículos ficam presos em engarrafamentos que podem se prolongar por até 160 quilômetros.'' A publicação afirma que outras cidades, como Londres, Kuala Lumpur e Miami, contam com paramédicos de moto, mas diz que "no Brasil o programa é particularmente importante, já que não existe um 911 centralizado (número que pode ser discado para qualquer caso de emergência nos Estados Unidos)." O texto acrescenta ainda que "os bombeiros viraram uma referência para trabalhos de resgate em qualquer acidente, talvez porque o serviço de Saúde seja caótico e porque a polícia está entre os menos queridos funcionários públicos do país." A reportagem diz ser irônico que, apesar de motos representarem apenas 9% do total de veículos de São Paulo, elas causam mais acidentes do que todos os demais veículos juntos, segundo dados de controladores de tráfego da cidade.
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