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Tentativa de assalto deixa 3 mortos e um ferido em Santos

Quadrilha usou fuzis e explosivos contra transportadora em Santos, mas R$ 8,9 mi foram recuperados; dois policiais morreram na fuga

Foto do author Luiz Alexandre Souza Ventura
Por Luiz Alexandre Souza Ventura
Atualização:

SANTOS - Uma quadrilha formada por ao menos dez homens e armada com fuzis e explosivos atacou, na madrugada desta segunda-feira, 4, a transportadora de valores Prosegur em Santos, no litoral sul de São Paulo. Na fuga, os bandidos mataram dois policiais militares e feriram outro. Um morador de rua também foi baleado e morreu. A ação deixou a população do bairro do Macuco, próximo do porto da cidade, onde a empresa funciona, em pânico.

A transportadora de valores não divulgou os valores levados, mas, até a noite desta segunda, R$ 8,9 milhões já haviam sido recuperados. O dinheiro foi encontrado pela Polícia Militar em um dos carros abandonados na fuga. Três pessoas foram presas em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, mas a polícia não havia confirmado, até a noite desta segunda, a participação delas no assalto.

Segundo testemunhas, um caminhão e bombas foram usados pelos criminosos para arrombar o portão principal da Prosegur, em Santos Foto: Divulgação

Os criminosos chegaram à Prosegur pouco antes das 4 horas. Segundo testemunhas, um caminhão e explosivos foram usados para arrombar o portão principal. Os bandidos se posicionaram em várias esquinas e atiraram em todas as direções. A ação foi rápida e o bando conseguiu levar alguns malotes. Eles também usaram carros blindados. Um segundo caminhão foi incendiado no local e as chamas chegaram a atingir a fiação elétrica, mas não afetaram a rede da região. Os bombeiros foram acionados, mas não puderam conter as chamas, por causa do intenso tiroteio no bairro. 

Balas de confronto entre criminosos e policiais atingiram para-brisa de veículo na Rua Borges, no Macuco, em Santos, no litoral sul de São Paulo Foto: Divulgação

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Na sequência, o bando fugiu em quatro carros e foi perseguido pela Avenida Conselheiro Nébias, pelas Ruas Bittencourt e João Pessoa, até a Praça dos Andradas, em frente à Rodoviária de Santos, na região central da cidade, onde mais um forte tiroteio foi registrado. Também houve troca de tiros na Praça Rui Barbosa, em frente à Igreja do Rosário.

"Estava na rodoviária quando tentaram interceptar a fuga, colocando seus carros na Rua 15 de Novembro com a Rua São Leopoldo. Quero homenagear os valentes policiais com uma escopeta, uma metralhadora e demais pistolas fizeram, sim, tentativa de frente aos marginais", relatou um morador no Facebook. "O barulho durou um minuto e foi ininterrupto, não menos de 500 tiros foram disparados. Não pararam os carros, picapes Hilux blindadas, e foram atrás, disparando sempre que possível."

Moradores relataram cenas de pânico nas ruas de Santos durante a madrugada Foto: Divulgação

Mais trocas de tiros foram ouvidas na frente da rodoviária de Santos e também na Praça Rui Barbosa, ambos na região central e a cerca de cinco quilômetros do local do roubo. Os criminosos, então, entraram na contramão na Via Anchieta, onde encontraram um cerco montado pela Polícia Militar Rodoviária, no km 55.

Houve novo tiroteio, e os soldados Leonel Almeida de Carvalho, de 29 anos, e Alex de Souza da Silva, de 28, foram atingidos por disparos de fuzil. Ambos chegaram a ser levados para o Hospital Modelo de Cubatão, onde foram atendidos, mas não resistiram aos ferimentos. 

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Tensão. Moradores do bairro Macuco usaram as redes sociais para relatar o pânico. “Teve troca de tiro na porta do meu prédio, começou às 3 e pouco da manhã e se estendeu até umas 5 horas. Foi aterrorizante”, disse uma moradora.

A comerciante Wilma Fernandes dos Santos, de 64 anos, mora na frente da Prosegur e disse que as explosões derrubaram duas janelas no andar de cima de sua casa. “Imaginamos que poderiam ser fogos de artifício, depois percebemos que eram tiros e corremos para os fundos. Então, passamos a ouvir as rajadas e explosões.”

O estivador Douglas dos Santos, de 34 anos, que mora na rua onde aconteceu o assalto, também relatou a tensão. “Eu e minha mulher estávamos no quarto, dormindo, quando ouvimos uma forte explosão. Imediatamente, pegamos nossos filhos e corremos para os fundos.” A área do crime foi isolada para perícia e liberada à tarde. A Prosegur informou que nenhum funcionário se feriu na ação.

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