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Temporal para vias, trens e aeroporto

Queda de árvores causou falta de luz e interditou ruas, piorando a situação do trânsito na capital paulista; zona leste foi a mais atingida

Por Nataly Costa , Tiago Dantas e CAIO DO VALLE
Atualização:

A cidade de São Paulo sofreu ontem à tarde, mais uma vez, as consequências de um forte temporal. Ruas ficaram alagadas, trens pararam de circular, telhas voaram e o Aeroporto de Congonhas, na zona sul, fechou por uma hora. Dezenas de árvores caíram, algumas sobre a rede elétrica, o que deixou casas sem energia. Às 19h, o motorista enfrentava 173 km de congestionamentos.Nos 18 primeiros dias de fevereiro já choveu mais do que o esperado para todo o mês. A média para o período é de 217 mm. Contando a chuva de ontem, a cidade já acumula 221 mm. Os meteorologistas preveem, para hoje, um dia muito quente e com chuva forte no fim da tarde."É o clima típico para esta época do ano. Faz muito calor durante o dia, e cai uma pancada de chuva forte no fim da tarde", afirma o meteorologista César Soares, da Climatempo Meteorologia. Antes da tempestade, a capital paulista teve o dia mais quente do ano. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou 34 graus às 15 horas. O recorde anterior era de 33,3 graus em 14 de fevereiro.A zona leste foi uma das mais afetadas. Na Mooca, a cobertura de parte da arquibancada do estádio do Juventus foi parar na Rua dos Trilhos. Do outro lado da via, o vento derrubou o telhado de um supermercado. Ninguém ficou ferido. Na Vila Prudente, a água cobriu parcialmente carros que tentavam passar pela Avenida Professor Luís Inácio de Anhaia Melo, perto do cruzamento com a Rua Amparo.A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou ao menos 41 quedas de árvores na cidade. Uma delas bloqueou quatro faixas do corredor Norte/Sul, por volta das 19h, na altura do Viaduto Jaceguai. Para piorar o trânsito, 159 semáforos tiveram defeito no início da noite.As rajadas de vento atingiram 65 km/h na região de Congonhas por volta das 16h30. O aeroporto ficou fechado entre as 16h15 e as 17h e das 17h05 às 17h21. Nesse período, voos retornavam para as cidades de origem ou foram desviados para Viracopos, em Campinas. Por volta das 18h, o motorista Alexandre Block, de 45 anos, aguardava três clientes, que vinham de Campo Grande, Rio e Vitória, mas não os encontrou. "Dois foram para Campinas e um voltou pro Rio. Vai ter cliente meu vindo para cá de ônibus", disse. Dos 228 voos programados para sair de Congonhas ao longo do dia, 34 atrasaram.Trens. Passageiros da Linha 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) enfrentaram caos pela segunda vez em menos de uma semana. As estações entre Grajaú e Pinheiros chegaram a ser fechadas por funcionários para impedir a entrada de mais pessoas enquanto os trens não circulavam.Segundo a empresa, por volta das 17h houve "um problema no sistema de alimentação elétrica dos trens" na área de Jurubatuba, na zona sul. A situação começou a ser normalizada às 18h. Mas entre Jurubatuba e Interlagos, as composições trafegavam em só uma via até as 20h. "Precisei recorrer ao ônibus para voltar para casa", disse a caixa Ana Carolina Souza, de 24 anos.

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