Teleférico: Lula vai lá hoje, obra só abre em 2011

Projeto no Alemão vai ligar seis estações, mas só entrará em operação em março

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Por Bruno Boghossian
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Com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como "passageiro de honra", começam hoje os testes tripulados do teleférico do Complexo do Alemão, obra milionária que virou símbolo de futuro no conjunto de favelas da zona norte do Rio. A inauguração das seis estações e da linha de 3,5 km, porém, só acontecerá em março.O teleférico deve reduzir para 15 minutos um trajeto que pode levar mais de uma hora em ônibus, vans ou a pé. Nas 152 gôndolas do sistema, passageiros poderão circular entre a Estação de Trem de Bonsucesso e as paradas do Adeus, da Baiana, do Alemão, do Itararé e da Fazendinha. Hoje, Lula vai embarcar em uma das sete gôndolas da Estação de Bonsucesso, passar pelo Morro do Adeus e encerrar a viagem no Morro da Baiana. Cada cabine terá capacidade para dez passageiros - oito sentados e dois em pé. O público esperado é de 30 mil pessoas por dia - um terço dos moradores do Complexo. "É o primeiro sistema de transporte de massa por cabo do Brasil e deve servir de modelo a todo o País", afirma Ícaro Moreno, da Emop, empresa vinculada à Secretaria de Obras do Estado que comanda a construção. Inspirado em um projeto de Medellín, na Colômbia, o teleférico do Alemão é a principal obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no complexo. Sua construção consumiu boa parte dos R$ 725 milhões investidos nas comunidades.Por decreto do governador Sérgio Cabral, os quase 90 mil moradores do Alemão serão cadastrados e terão direito a uma viagem por dia em cada sentido. Os mais beneficiados devem ser os moradores da Fazendinha, o mais distante de Bonsucesso. As estações terão serviços, como salas de leitura e agências bancárias. Denúncias. Mas a visita de Lula não será só festa. Entidades querem aproveitar a visita do presidente para entregar um relatório de abusos policiais cometidos no Alemão e na Vila Cruzeiro. O mesmo material será enviado às Organizações das Nações Unidas (ONU) e dos Estados Americanos (OEA). "São dezenas de casos de tortura, invasão de casas e extorsões", afirma Sandra Carvalho, da ONG Justiça Global.

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