26 de julho de 2011 | 00h00
Nos últimos 11 anos, a queda já ultrapassa os 80%, voltando às mesmas taxas da época em que a cidade tinha poucos problemas com crack e tráfico de drogas e quando ladrões mais ousados viravam pesadelo das famílias paulistanas, como foi o caso do Bandido da Luz Vermelha, preso em 1967. São Paulo tinha 4 milhões de habitantes e o Tatuapé era considerado periferia.
Existem diferentes hipóteses para explicar a queda na violência, todas importantes para compreender as mudanças na capital. Passam pelas explicações demográficas - a proporção na população dos jovens, principais vítimas e autores da violência, por exemplo, diminuiu -, pelas mudanças legislativas (a pena inafiançável para quem fosse detido com armas frias desestimulou a posse de arma) e pelas transformações na maneira de as polícias atuarem - foco de policiamento nos bairros que registram mais casos, investimento em mapeamentos criminais online e avanço nos departamentos especializados em investigação de homicídios. O fortalecimento das atividades culturais e o trabalho de organizações não governamentais também são apontados como fatores relevantes.
Se esses avanços tiveram impacto importante nos casos de crime contra a vida, ainda é difícil compreender por que as mesmas medidas não são suficientes para inibir os casos de crimes contra o patrimônio e o tráfico de drogas. A atividade criminosa continua sendo encarada como uma possibilidade para importante fatia da população, como mostram as taxas de violência.
Mesmo o crescimento no total de prisões, que também é apontado como hipótese para a queda de assassinatos, não é capaz de inibir os roubos e furtos de uma maneira geral. Descobrir como mudar esse comportamento ainda é o principal desafio da área social e de segurança pública.
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