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Suspenso concurso da Câmara de São Paulo

Candidatos denunciam que os sete primeiros colocados são parentes ou amigos; MPE e polícia investigam caso

Por Sérgio Duran
Atualização:

Para investigar acusações de fraude, a Fundação Vunesp decidiu suspender temporariamente o concurso para preencher 197 vagas na Câmara Municipal de São Paulo, para cargos com salário de R$ 755,66 e R$ 5.137,57. Em e-mails aos diretores da instituição e em uma comunidade no Orkut, candidatos acusam que os sete primeiros colocados na primeira fase da disputa pelo cargo de técnico administrativo são parentes ou amigos. Os sete tiraram as notas 100 ou 98. Três deles têm o mesmo sobrenome, Borghi. Para disputar um cargo de técnico, cujo salário base é de R$ 2.396,70, é preciso ter o ensino médio completo. Apuram o caso o 23º Distrito Policial, na zona oeste de São Paulo, o Ministério Público Estadual e a própria Vunesp. No Orkut, a comunidade Fraude Concurso Câmara Municipal SP traz a imagem de um palhaço desenhado como símbolo. Nos tópicos de discussão, os candidatos dizem que os graus de parentesco e relacionamento variam: filho, mãe, namorado. Comunidades dos suspeitos de fraude e até o número de telefone deles é divulgado no site de relacionamentos. O Estadão tentou contatá-los, mas não conseguiu. Em coletiva concedida ontem, o diretor-presidente da Vunesp, Benedito Antunes, relatou que alguns desses candidatos reclamaram estar sendo ameaçados. Antunes isentou a Câmara de qualquer responsabilidade no caso, disse que até o dia 28 terá o resultado da sindicância aberta para investigar internamente o que ocorreu e salientou que as denúncias dizem respeito apenas à prova de técnico administrativo. "Fizemos tudo isso em nome da transparência", declarou. Cerca de 110 mil pessoas se inscreveram no concurso, 63, 8 mil para o cargo de técnico. As taxas variaram de R$ 21 a R$ 51.

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