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Suspeitos usavam uniformes da PM para extorquir traficantes em Sorocaba

Esquema rendia até R$300 mil para os falsos policiais

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - Dois homens foram presos pela Polícia Civil, nesta quarta-feira, 13, acusados de usar uniformes e credenciais da Polícia Militar para extorquir traficantes de drogas, em Sorocaba, interior de São Paulo. Usando fardas, coletes balísticos, algemas, radiocomunicadores, armas e até capacetes oficiais da PM, os suspeitos cobravam propina para não prender os traficantes e ainda ficavam com a droga 'apreendida'. Conforme a polícia, o esquema rendia até R$ 300 mil para os falsos policiais.

Fardas oficiais, coletes balísticos, armas e munição de uso exclusivo da PM eram usados por dois suspeitos para extorquir traficantes, em Sorocaba Foto: Polícia Civil/ Divulgação

A Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Sorocaba iniciou as investigações após receber denúncia de que 'policiais militares' estavam cobrando 'mensalidades' de traficantes em bairros da zona norte da cidade. Após identificar e prender os suspeitos, Luiz Gustavo Martins, de 34 anos, e Leonardo Aparecido Leite Foz, de 20, os policiais civis deram buscas em suas casas e localizaram malas com uniformes e equipamentos da PM. Foram encontradas também três pistolas, uma espingarda e caixas de munições de uso exclusivo da corporação. Alguns acessórios tinham identificação da Rota, tropa de elite da PM. Os suspeitos colocaram seus nomes em documentos de identificação exclusivos da corporação. Os dois homens foram levados para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Sorocaba. Eles vão responder por porte ilegal de arma, usurpação de função pública e falsidade ideológica. Também podem ser enquadrados por associação criminosa. O comando da PM em Sorocaba confirmou que os uniformes e outros materiais apreendidos são originais. A suspeita é de que o material pode ter sido furtado de alguma unidade militar ou da casa de policiais, podendo ainda ser fruto de comercialização irregular. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado, as polícias civil e militar de Sorocaba investigam todas as circunstâncias do caso. "Mais informações não podem ser divulgadas para não atrapalhar o trabalho policial", informou em nota.

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