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Sumaré ganha faixa de ônibus

Implantada em 2006, faixa só para motociclistas deixará de funcionar, sob protesto de presidente do sindicato dos motoboys

Por Caio do Valle
Atualização:

SÃO PAULO - A Avenida Sumaré, na zona oeste da capital paulista, ganhou nesta segunda-feira, 18, faixas exclusivas para ônibus à direita da pista. A motofaixa exclusiva, que desde 2006 existe na via, seria desativada também nesta segunda, mas teve a eliminação adiada. A informação foi divulgada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) nesta quinta-feira, 14. A categoria dos motoboys reclama da medida.

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Além da Sumaré, os ônibus ganharão faixas exclusivas à direita nas Avenidas Antártica e Paulo VI, além da Rua Henrique Schaumann. O mecanismo funcionará nos dois sentidos desse eixo da zona oeste, que tem 3,9 km de comprimento.

No mesmo dia, vias da Barra Funda, também na zona oeste, receberão o dispositivo das faixas exclusivas para o transporte público. São elas a Avenida Senador Auro Soares de Moura Andrade, perto do Memorial da América Latina, e a Rua Mário de Andrade. Ao todo, ambas somarão 1,2 km de faixas para os coletivos.

Na zona leste, a Rua Melo Freire terá mais 300 metros de faixas exclusivas. Já na região do Carandiru, na zona norte, a Avenida Zaki Narchi passará a contar com 1,8 km dos dispositivos só para ônibus na segunda-feira, 18. No mesmo dia, a Rua dos Bandeirantes, no centro, terá 200 metros de faixas de ônibus à direita, nas proximidades da Avenida Santos Dumont. No total, serão entregues 7,4 km de faixas exclusivas, totalizando 264 km desse mecanismo já implantados neste ano.

Motofaixa. No caso da Sumaré, o presidente do sindicato dos motoboys paulistano (Sindimoto-SP), Gilberto Almeida dos Santos, o Gil, afirmou que foi pego de surpresa pela decisão da gestão Fernando Haddad (PT) de desativar a motofaixa, a primeira inaugurada na cidade, em setembro de 2006, no governo do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD).

"A Prefeitura não tem um pingo de respeito. Justo a da Sumaré. É uma pena. Estamos trabalhando para aumentar essas faixas. Eles não estão enxergando as motos da maneira que deviam enxergar", declarou ao Estado, concluindo que a entidade não foi consultada nem informada sobre a decisão. "Estão na contramão da história. Não deviam desmanchar o que já está feito."

A reportagem constatou que boa parte das motos que usam a Sumaré circula pela motofaixa, que é estreita e fica colada ao canteiro central da avenida, em ambos os sentidos, perfazendo 3 km de extensão, entre a Praça Marrey Júnior e a Rua Lisboa. Para Gil, a insegurança dos motociclistas aumentará com o fim da motofaixa da Sumaré.

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Entretanto, o diretor de Planejamento da CET, Tadeu Leite Duarte, disse que a motofaixa sempre foi um "projeto-piloto" e que "não apresentava os resultados esperados". "Além de não melhorar em nada o desempenho da circulação dos motociclistas, ela tem um potencial de risco muito grande. Tanto que num primeiro momento os estudos demonstraram que houve um aumento de 152% na quantidade de acidentes com vítimas naquele local envolvendo motos."

Em nota, a CET informou que "embora em 2012 nenhum motociclista tenha morrido nas Avenidas Sumaré e Paulo VI, no ano passado eles se envolveram em 58 acidentes de trânsito com vítima, contra 23 ocorrências em 2006, ano de estreia da motofaixa".

Para "compensar" a desativação do mecanismo, a CET informou que criará bolsões para motos nos principais cruzamentos do eixo da Sumaré, em esquinas como as com as Ruas Capote Valente e Lisboa.

Orientadores da CET, segundo Leite Duarte, estarão acompanhando o trânsito na segunda-feira, para orientar os motociclistas sobre as mudanças. A sinalização horizontal no asfalto deve ser mudada no fim de semana.

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