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SP: Vila Maria e Mancha Verde são destaques do desfile do Grupo de Acesso

Escola da zona norte apostou em superprodução com carros alegóricos altos, jogos de luzes e acrobacias; escola de torcida palmeirense reeditou samba-enredo de 2006

Por Victor Vieira
Atualização:

As escolas de samba rebaixadas do último ano foram os destaques do desfile do Grupo do Acesso do carnaval de São Paulo entre a noite deste domingo, 2, e a madrugada desta segunda-feira, 3. Unidos de Vila Maria, com uma apresentação sobre jogos e brinquedos, e a Mancha Verde, que reciclou um samba-enredo de 2006 sobre superações e injustiça, entusiasmaram as arquibancadas do Anhembi, na zona norte da capital.

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A Unidos da Vila Maria apostou em uma superprodução com carros alegóricos altos, jogos de luzes e acrobacias na pista para surpreender o públicos e os jurados. As fantasias remetiam a jogos de tabuleiro e personagens do universo infantil e os passistas foram os que mais interagiram com a plateia durante a noite.

A Mancha Verde usou a apresentação deste ano para passar uma mensagem de protesto contra o rebaixamento no ano passado. A agremiação palmeirense levou à avenida a reedição de um samba-enredo de 2006, ano em que se sagrou campeã do Grupo de Acesso, que remete a passagens bíblicas sobre superar desafios. Diferente daquele ano, em que trouxe uma escultura de Cristo, a escola colocou um personagem de Jesus crucificado, acompanhado de soldados romanos, na comissão de frente.

O atraso da escola alviverde, que cruzou os portões no último minuto permitido pelo regulamento, pode custar o título e até mesmo a ascensão para o Grupo Especial. Embora não tenha estourado o tempo, a pressa na reta final deve descontar pontos da Mancha no quesito evolução.

Luta pelo acesso. Outra apresentação que marcou a noite foi a da Camisa Verde e Branco, que relembrou seus cem anos de história e suas origens no Quilombo da Barra Funda. Os carros alegóricos e figurinos da agremiação, que viveu altos e baixos nos últimos dez anos, estavam conectados à herança afro-brasileira.

A Colorado do Brás, que abriu a noite, e a Estrela do Terceiro Milênio, última a desfilar, fizeram apresentações regulares e acabaram prejudicadas pela falta de público nos extremos da festa. A tradicional Unidos do Peruche, tricampeã do Grupo Especial na década de 1960, investiu em elementos da mitologia grega para retornar à elite do carnaval paulistano.

Já a Morro da Casa Verde trouxe personagens pitorescos, como zumbis e vampiros, para apresentar um samba-enredo sobre medos e fobias. Apesar do tema sombrio, os figurinos eram alegres e coloridos, e os carros alegóricos homenagearam famosos filmes de terror, como O Exorcista e Pânico.

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A Imperador do Ipiranga, fora do Grupo Especial desde 2010, apostou em um samba-enredo sobre a cidade de São Caetano do Sul, mas teve recepção morna dos espectadores do sambódromo.

Comparecimento. A Liga das Escolas de Samba de São Paulo estimam que 15 mil pessoas acompanharam o terceiro dia de desfiles do carnaval, mas não havia sido fechado o balanço final de púbico até o início da manhã desta segunda. A capacidade total do Anhembi é de 25 mil nas arquibancadas.