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SP vai tratar esgotos para usar mais água de rios

Geraldo Alckmin anunciou nesta quinta-feira, 21, plano para ampliar tratamento de esgoto nos municípios atendidos pela Sabesp

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Por José Maria Tomazela
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O governador Geraldo Alckmin visitou obras de captação da reserva estratégica da Represa do Atibainha nesta quinta-feira, 21 Foto: Hélvio Romero/Estadão

Até 2019, os 365 municípios atendidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) terão 100% de tratamento de esgoto. O plano foi anunciado nesta quinta-feira, 21 pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) durante vistoria às obras de captação da reserva estratégica da Represa do Atibainha , no Sistema Cantareira, em Nazaré Paulista. O objetivo é despoluir os rios e aumentar a disponibilidade de água para abastecimento.

Segundo Alckmin, os 310 municípios do interior vão atingir a meta no início de 2015, enquanto o litoral terá mais um ano para eliminar o lançamento de esgotos in natura no meio ambiente. O prazo maior será da Grande São Paulo, que concentra 60% da população e onde a maioria dos municípios têm sistemas próprios de saneamento.

"Estamos conversando com os prefeitos e avançando", disse. O governador lembrou que o tratamento de esgotos no Rio Paraíba do Sul permitiu que alguns municípios voltassem a captar as águas para abastecimento.

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Poluição. 

Cobrado sobre a poluição do Rio Tietê, Alckmin afirmou que o rio aparenta estar mais poluído por causa da seca histórica. "Em São Paulo, está com vazão de 10 metros cúbicos para diluir 50 metros cúbicos de poluição, então não dá." Ele disse que, mais distante da capital, a mancha de poluição recuou 130 quilômetros. "Estava em Barra Bonita e agora está em Salto, mas nosso desafio é tratar o esgoto sanitário", disse. Alckmin disse que até 2019 o rio estará despoluído.

Mais água. 

As obras na Represa do Atibainha vão colocar à disposição da Região Metropolitana de São Paulo mais 77 milhões de metros cúbicos de água. Até outubro, segundo Alckmin, os reservatórios do Rio Grande e da Guarapiranga contribuirão com mais 1,8 m3/s para o Sistema Cantareira.

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As medidas vão garantir o abastecimento da Grande São Paulo nos próximos quatro meses. "Agosto é o pior mês, o mais seco, mas chegaremos até o final do ano com água, ainda que não chova." O tucano voltou a dizer que não há necessidade de racionar água em São Paulo. "Não temos no Estado um único município operado pela Sabesp em racionamento. Onde tem racionamento não é da Sabesp", afirmou.

Alckmin visitou as obras do Atibainha acompanhado pelo secretário de Recursos Hídricos, Mauro Arce, e pela superintendente da Sabesp, Dilma Pena. O sistema está em testes e começa a operar para valer na sexta-feira, 22, retirando 20 m3/s de água da represa, que tem o fluxo cada vez mais distante da margem.

O governador examinou gráficos que mostram a redução no uso da água do Cantareira de 33 m3/2 para 20 m3/s. A diferença que está sendo compensada pelos outros reservatórios, mas também pelo aumento na economia de água pela população - em agosto, o número dos que gastaram menos água subiu 2%.

Interligação. 

O governador voltou a defender o projeto do seu governo de fazer a interligação do Sistema Cantareira à bacia do Rio Paraíba do Sul, combatido pelo governo do Rio de Janeiro.

Alckmin disse que a integração de sistemas é feita no mundo inteiro. "As cinco represas do Cantareira têm 980 milhões de m3 de capacidade de reservação. Só a do Jaguari, que forma o Rio Paraíba, tem 1,1 bilhão. Se você interliga, dobra a capacidade de reservação e todos ganham." Ele pediu um mapa do Estado e mostrou aos repórteres como seria feita a interligação.

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