
30 de maio de 2013 | 02h03
Todo policial sabe que certas ações criminosas variam com a época do ano. São "crimes da moda" - caso dos arrastões a restaurantes e condomínios e roubos de joalherias. De olho nessas "tendências" criminais, começou a funcionar nesta semana em São Paulo uma delegacia para lidar com casos sazonais.
"São ocorrências que podem demandar uma mobilização operacional estratégica e alocação de mais recursos. A delegacia permite ter maior flexibilidade para investigar casos", diz o delegado Wagner Giudice, diretor do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic).
A 2.ª Delegacia de Investigações de Crimes Patrimoniais de Intervenção Estratégica, segundo Giudice, já estava voltada para casos de repercussão. Já foi Delegacia de Falsos Domésticos e, antes de receber a nova denominação, era Delegacia de Furtos e Roubos de Joias. "Achamos melhor ampliar o foco da delegacia, trabalhando com casos críticos e numerosos", diz.
Mas há críticas. Presidente da Associação dos Delegados, Marilda Pansonato Pinheiro vê a medida com reservas e aponta o risco de o órgão especializado ser pautado pela imprensa e pelos "mais ricos". "É preciso ter cautela e escolher os objetivos de forma técnica, não política."
Restaurantes. As primeiras ações vão focar roubos em restaurante e latrocínios (assaltos seguidos de morte). A delegacia também quer fazer um levantamento sobre furtos e roubos de celulares para tentar identificar a dinâmica e estancar esse tipo de crime. Um arrastão em uma pizzaria na Vila Mariana, ocorrido na segunda-feira, chegou a ser anunciado como o primeiro caso, mas acabou indo para o Departamento de Homicídios porque um ladrão morreu em tiroteio com a polícia.
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