21 de outubro de 2011 | 03h03
Casada há um ano, a empresária Isabel Gimenes, de 28 anos, não precisa mais lamentar o "desperdício" de ter usado o vestido de noiva apenas uma vez. Sem precisar arrumar outro marido, contratar igreja ou festa, ela vai poder vestir novamente o modelo neste domingo, durante a primeira edição brasileira da Brides Parade, evento que já ocorre em países como Rússia, Nova Zelândia e Portugal.
"Descobri a parada das noivas pela internet e adorei a ideia de poder usar de novo meu vestido. E desta vez sem tanta preocupação com o protocolo, podendo ousar um pouco mais", diz Isabel. "Sempre fui meio exibida e estou achando ótima essa oportunidade de mostrar o modelo desenhado por mim mesma."
A parada terá concentração às 10 horas na Praça Júlio Fontoura, entre a Assembleia Legislativa e o Clube Círculo Militar, no Ibirapuera, zona sul de São Paulo. De lá, seguirá em carreata de limusines e carros antigos até a Avenida Paulista. A Prefeitura autorizou fechar o Parque Trianon no dia, um domingo, só para o evento.
"Não queremos produzir um movimento político ou comercial, mas cultural, de reforço de uma instituição que muita gente considera falida e, na verdade, não para de crescer", diz o empresário do mercado casamenteiro Fredh Hoss, organizador do evento.
Mercado aquecido. O interesse de Hoss pode não ser diretamente comercial, mas ele mesmo fala da mídia espontânea que a Brides Parade deve promover em um mercado que movimenta R$ 4 bilhões por ano no Brasil. "Em Portugal, eles fizeram o cálculo: a parada teve um retorno de meio milhão de euros em mídia", diz, animado.
Hoss já contabiliza mais de 300 casamentos celebrados - os mais recentes com a novidade de uma garantia de cinco anos. Se dentro desse período o casal não se separar, tem direito a repetir de graça a cerimônia com o próprio Hoss, que chega a cobrar R$ 6 mil por casamento. "Mesmo que os dois se divorciem, celebro a separação, para que a família passe pelo momento sem traumas", explica ele, que ainda não celebrou nenhum divórcio.
Nesta primeira edição da Brides Parade, já há 93 inscrições e 100 celebridades confirmadas. Em Portugal, onde a parada se realiza na cidade do Porto desde 2009, 80 noivas participaram no ano passado.
O otimista Hoss espera chegar a 150 inscritas, lembrando que a população de Portugal - 13 milhões de habitantes - representa apenas pouco mais da metade da de São Paulo.
Aparato. Sua ideia é atrair também profissionais envolvidos no aparato casamenteiro. Fotógrafos, estilistas, cabeleireiros, floristas e festeiros vão ter a oportunidade de mostrar seus serviços - desde que paguem, claro.
A inscrição das noivas custa R$ 120, com direito a almoço no restaurante Quality Food, vizinho ao Trianon, e sorteios de vestidos, buquês e voucher para noite de núpcias em um hotel de São Paulo (ainda não definido).
Fotógrafos de casamento pagam R$ 290, assistentes e acompanhantes de noivas, R$ 50.
Isabel diz que o marido já avisou que não vai. "Ele acha um evento para mulher. Como estamos em temporada de miss, vou levar minha mãe, como elas fazem", diz.
O estado civil da interessada em se vestir de noiva e sair na parada não é pré-requisito para participar da Brides Parade.
Também para solteiras. Casadas, solteiras, divorciadas, namorando - para participar, as mulheres só precisam ter vontade de se paramentar com a roupa que usam "no seu dia" e estarem dispostas a percorrer bem mais do que a distância entre a porta da igreja e o altar.
Serviço
BRIDES PARADE. WWW. BRIDESPARADE.COM.BR. PROGRAMAÇÃO NO DOMINGO: 7H - PREPARAÇÃO DAS NOIVAS; 10H - SAÍDA DA PRAÇA JULIO FONTOURA; 10H30 - INÍCIO DO TRAJETO DE CARRO, SAINDO DO OBELISCO, EM DIREÇÃO À PAULISTA; 12H - CHEGADA AO TRIANON
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