Atualizado às 16h18
SÃO PAULO - A saída antecipada dos paulistanos do trabalho para assistir ao jogo da seleção contra o México na tarde desta terça-feira, 17, impactou no trânsito da cidade de São Paulo. Eram só 15h, mas parecia o rush do fim da tarde. Nesse horário, a capital paulista registrou 302 quilômetros de lentidão nas vias monitoradas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A média para o horário varia entre 25 e 51 quilômetros.
O índice desta terça-feira é o terceiro maior congestionamento da história. A CET só registra em sua série retenções que ocorrem dentro dos horários de pico (das 7h às 10h e das 17h às 20h). A maior lentidão de todos os tempos foi de 344 quilômetros e ocorreu às
19h do dia 23 de maio deste ano, quando motoristas e cobradores de ônibus da Grande São Paulo estavam em greve. Já o segundo maior índice foi de 309 quilômetros, em
14 de novembro de 2013, véspera do feriado da Proclamação da República.
Às 15h, a pista local da Marginal do Tietê era a via mais congestionada de São Paulo, com 18,7 quilômetros de lentidão no sentido Rodovia Ayrton Senna, entre a Rodovia Castelo Branco e as proximidades da sede do Corinthians.
Correria. O trânsito estava parado na Avenida Angélica por volta das 15 horas e no Elevado Costa e Silva e Amaral Gurgel, no sentido zona leste. Na Avenida Paulista, o congestionamento provocava impaciência. A supervisora Liliane Koga, de 29 anos, lembra que no jogo passado do Brasil foi feriado, o que facilitou para todo mundo. "Eu vou trabalhar o dia inteiro, não estou preparada para isso", brinca ela, que não abandonou a camisa do Brasil. "No jogo passado passei até mal, adoro a seleção", completa ela, que mora no Sacomã e seguia de ônibus até o Itaim Bibi.
Os 45 minutos gastos da Rua Peixoto Gomide até a esquina da Rua Augusta com a Paulista fizeram a analista Cibele Melo, de 38 anos, começar a se preocupar. "Acho que vou perder uma parte do jogo, já tive que dar uma barra volta", diz ela, que planeja ver o jogo na Vila Madalena com a amiga Andrea Martin, de 38. "Uma parte a gente vê. Vai ser Brasil 2 a zero", diz.
Por volta das 15 horas, a Rua Augusta estava parada no dois sentidos. Motoristas buzinavam a cada farol vermelho. O motorista Eliton Andrade, de 27 anos, estava confiante de chegar na Vila Madalena até a hora do jogo. "Ia pra casa, mas desisti", disse ele, que mora no Butantã.
O arquiteto Carlos José da Silva, de 37 anos, já se contentava em conseguir assistir a apenas o segundo tempo do jogo do Brasil. Ele ficou 40 minutos na Rua São Carlos do Pinhal, na região da Avenida Paulista, só esperando o ônibus chegar. Ele mora em Guarulhos e, em dias normais, leva 1h30 no trajeto. Com essa hora do rush atípico, já colocou o fone do rádio no ouvido. "Até podia assistir por aqui, mas em casa a mulher e os filhos estão esperando. Vale o esforço". Às 14h40 o ônibus chegou. "O que eu faço em cinco minutos, demorei 35", disse do volante o motorista. O ônibus chegou, mas continuou parado no trânsito por mais um tempo.
Um cinema na Rua Augusta, o Esapço Itaú, estava fechado no dia do segundo jogo do Brasil na Copa. No Reserva Cultural, na Paulista, um filme - 'Que estranho chamar-se Frederico' - estava marcado para as 17h25. Até as 14h30, porém, nenhum ingresso havia sido vendido.