SP: Reajuste da tarifa de ônibus em 2015 não está descartado

Jilmar Tatto, responsável pela pasta dos Transportes, afirma que Prefeitura aguarda auditoria no sistema para calcular custos para o ano que vem

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Por Caio do Valle
Atualização:
Responsável pela pasta de Transportes da capital não descarta reajuste no preço das passagens para o próximo ano. Foto: Clayton de Souza/Estadão

SÃO PAULO - O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, afirmou nesta sexta-feira, 7, que não descarta o aumento da tarifa de ônibus na capital paulista em 2015. Na quarta-feira, 5, em audiência na Câmara Municipal, o diretor de Finanças da São Paulo Transporte (SPTrans), Denilson Ferreira, afirmou que a empresa -- a responsável pelo serviço de coletivos na cidade -- não prevê reajuste para o ano que vem.

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"Não dá para descartar que não vai ter e não dá para descartar que vai ter. Estamos avaliando", disse Tatto em entrevista no seu gabinete, no centro. "Não estamos fazendo o debate sobre se vai ter o aumento ou não não vai ter o aumento. Esse debate não está acontecendo na Prefeitura."

O preço da passagem, R$ 3, não sobe desde junho do ano passado, quando a gestão Fernando Haddad (PT) aumentou a tarifa para R$ 3,20 e reduziu para o valor antigo pouco mais de 20 dias após o reajuste, em decorrência dos grandes protestos que tomaram as ruas paulistanas, capitaneados pelo Movimento Passe Livre (MPL).

A gestão Geraldo Alckmin (PSDB), que comanda o governo do Estado, também voltou atrás no custo das passagens de metrô e trem.

Tatto afirmou que a Prefeitura está na dependência dos resultados de uma auditoria externa, pela empresa Ernst&Young, que vem sendo feita nas contas do sistema de remuneração das empresas e cooperativas e que deve ser entregue em 10 de dezembro. Só depois dessa análise, uma espécie de pente-fino no caixa do sistema, o governo municipal decidirá se aumenta ou não o preço da tarifa. Originalmente, esse estudo deveria ter sido entregue no meio do ano, mas atrasou.

"Esse debate não está colocado. Nós estamos aguardando o estudo da Ernst&Young, que ficaram de entregar agora no dia 10 de dezembro. Ver como eles vão avaliar e fazer a aferição do comportamento também financeiro do sistema de transportes e a partir daí, vamos eventualmente tomar medidas, que passa pelo novo modelo de transporte", disse o secretário. Ele se refere ao novo modelo de concessão e permissão do sistema, que passará a valer a partir do ano que vem, em substituição ao atual modelo, vencido, por contrato, em 2013, mas que segue sendo renovado por contratações emergenciais pela Prefeitura.

Tatto contou que a administração municipal vem desenvolvendo "um esforço muito grande" no sentido de reduzir os custos do sistema de ônibus. Como exemplo, ele citou a implantação de novas tecnologias nos veículos e o aumento médio da velocidade dos ônibus, por meio das faixas exclusivas, o que reduz gastos com combustível.

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A gestão Haddad também defende, no plano federal, a municipalização da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que incide sobre a gasolina que abastece os veículos de transporte individual. Desta forma, o montante recolhido com o imposto seria destinado exclusivamente para a melhoria do sistema de mobilidade coletiva, como os ônibus.

Na quarta-feira, Ferreira disse aos vereadores que "não está previsto nenhum tipo de aumento para 2015" e que as tecnologias desenvolvidas pela Prefeitura poderia levar a economia de R$ 800 milhões no sistema, evitando, assim, a necessidade de reajuste.

O valor de R$ 3 vigora desde janeiro de 2011. Até então, a tarifa custava R$ 2,70. No ano passado, quando o valor baixou novamente para R$ 3, membros do MPL disseram, em comemoração, que o valor revogado havia sido o "último reajuste da cidade de São Paulo".

Metrô e CPTM. Na terça-feira, 4, o governador Geraldo Alckmin também falou a respeito do reajuste dos preços dos bilhetes do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que, da mesma forma que os ônibus municipais, subiram para R$ 3,20 e logo depois perderam 20 centavos em junho de 2013.

Questionado sobre a possibilidade de aumento em 2015, o tucano não respondeu diretamente. "Vamos deixar chegar o ano que vem", limitou-se a dizer.