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São Paulo não esconde dados sobre violência, afirma Alckmin

Governador garantiu que a Secretaria de Segurança não manipulou informações para omitir mortes em confrontos com policiais

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura
Atualização:

SANTOS - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu nesta sexta-feira, 23, o trabalho das Polícia Civil e Militar e garantiu que os dados divulgados nesta semana pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) sobre criminalidade e violência não foram manipulados para omitir informações sobre mortes de civis em confrontos com policiais.

A SSP antecipou a divulgação de parte das estatísticas na quarta-feira, 21, para comemorar a queda de homicídios, o menor índice desde 2001.

Em visita à Baixada Santista para vistorias o projeto do veículo leve sobre trilhos, Alckmin defendeu a forma como a Secretaria de Segurança Pública divulga os dados de criminalidade Foto: Eduardo Saraiva/A2IMG/Divulgação

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"Qualquer cidadão pode entrar no site da SSP e consultar todos os indicadores sobre a letalidade em confrontos com policiais civis e militares, inclusive quando os agentes de segurança estão de folga. Há também os números dos policiais mortos em serviço", diz Alckmin, que apresentou os dados em Santos, litoral sul de São Paulo, tendo em mãos um tablet que mostrava um gráfico publicado na página da SSP na internet. "Aqui estão os dados, mês a mês, até setembro. São 12 indicadores."

Os números são contestados pela Ouvidoria da Polícia e pela entidade internacional defensora dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW). A Ouvidoria registrou 532 óbitos por intervenção policial em 2015, mas as estatísticas oficiais da SSP somam 358 pessoas mortas em confronto com a polícia no primeiro semestre. As informações completas devem ser apresentadas pela secretaria no dia 25.

Em entrevista ao Estado na quarta-feira, o ouvidor da Polícia, Júlio César Fernandes Neves, ressaltou a falta desses dados na divulgação antecipada feita pela SSP. "Vítimas da letalidade policial também são vítimas de homicídios", afirmou Neves.

Alckmin rebateu a crítica e acusou o jornal Folha de S.Paulo de publicar informações erradas.

"Se o ouvidor acreditou no jornal, então ele errou também. Estranhamente, a Folha de S.Paulo coloca na primeira página (23/10/2015) uma matéria errada, porque os dados estão no site da SSP e qualquer pessoa tem acesso, e ainda omite de seus leitores a informação fundamental, que é a redução nos índices de criminalidade em SP. O jornal omitiu os melhores indicadores da história para afirmar que nós estamos escondendo algum dado, sendo que tudo está na internet", ressaltou Alckmin.

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Em visita à Baixada Santista para vistorias o projeto do veículo leve sobre trilhos (VLT), o governador comentou os recentes casos de violência na região, como os assaltos a ônibus fretados na Rodovia Anchieta, a morte de um jovem de 18 anos, vítima de latrocínio em um ponto de ônibus de Santos, além do arrastão a um shopping popular de Guarujá, quando oito assaltantes fizeram dois reféns, fugiram por mar e atiraram em uma lancha da Receita Federal.

"É uma guerra, mas o trabalho está sendo feito. Todos os índices de violência estão em queda. Nunca será zero. O governo vai sempre trabalhar para reduzir a criminalidade. A polícia também está trabalhando", disse.

Transporte. Geraldo Alckmin assinou nesta sexta-feira o contrato para início de obras complementares do VLT, vistoriou a construção do Centro de Controle Operacional (CCO) e entregou cinco novas composições, ampliando a frota para dez trens. Outros dois serão entregues ainda neste ano e mais dez em 2016.

As obras serão realizadas pela Construtora Queiroz Galvão S/A, que venceu a licitação homologada no início deste mês. O investimento será de R$ 88 milhões.

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